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3 de dez. de 2009

Lei que profissionaliza árbitros será votado início de 2010

O projeto de lei que regulamenta a profissão de árbitro de futebol deve ser levado a votação no início de 2010.

13/11/2009 - Em meio à crise causada pelos seguidos erros de arbitragem no Brasileirão, os homens de preto têm algo a comemorar: o sonho em ter seu ofício reconhecido voltou a ter tons de realidade. Há sete anos na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que regulamenta a profissão de árbitro de futebol deve ser levado a votação no início de 2010.

A retomada foi fruto da união entre a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e o deputado federal Edinho Bez (PMDB-SC). Se aprovada, a lei protegerá legalmente os juízes, garantindo, entre outros direitos, carteira assinada e acesso à Previdência Social.

Para Jorge Paulo Alves, presidente da Anaf, a mudança dará a
segurança de que os árbitros precisam:

– Hoje, ele é um mero prestador de serviços para a CBF. Ele pode estar atuando em um dia; no outro, não mais. Não se pode ter uma vida programada em termos profissionais, mesmo trabalhando em um futebol altamente rentável.

O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (CONAF), Sérgio Corrêa, não quis comentar o projeto. Segundo o assessor da CBF, Rodrigo Paiva, "a entidade desconhece essa situação."

O estranhamento à notícia tem explicação: o deputado Bez fez questão de não procurar a CBF. Segundo ele, a entidade ainda não mereceu o contato por conta de seu descaso com a arbitragem brasileira.

– Ouvi todo mundo, menos a CBF. Ela não participa de nada na arbitragem, não orienta, não dá instrução. Só escolhe. Ela não está preocupada. É uma vergonha. Somente depois irei procurar a CBF – disparou.

Ricardo Teixeira Presidente da CBF disse que só em 2009 a entidade gastou R$ 1 milhão em investimentos na melhoria da arbitragem, quantia que inclui cursos de campo e seminários que contaram com a participação de árbitros de todos os estados do País.

O Presidente do Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), Jorge Rabello, alertou para outros problemas além do reconhecimento da profissão.

– Não é por causa disso que, amanhã, os árbitros não irão mais errar. É preciso criar uma estrutura. Aí está o grande problema da arbitragem. Precisamos de um projeto – opinou.

Fonte: LANCEPRESS!

Paulo César de Oliveira está entre os melhores árbitros do País


Árbitro se destacou este ano também na Libertadores

26/11/2009 - Além de jogadores e técnicos, a CBF também premia os melhores árbitros do Campeonato Brasileiro, e também neste quesito, o futebol paulista segue muito bem representado. Na edição de 2009, os três melhores são o paranaense Héber Roberto Lopes, o gaúcho Leonardo Gaciba e o paulista Paulo César de Oliveira.

Aos 35 anos, o já experiente árbitro aponta esta indicação como uma recompensa pelo trabalho. “Recebi a notícia de que estava entre os três com bastante alegria, pois este foi um ano de muita dedicação, especialmente na parte física, desde a pré-temporada realizada antes do Campeonato Paulista”, destacou.

Além disso, para Oliveira, estar entre os três melhores era o que faltava para concluir a boa temporada que viveu. “Este ano foi de retomada ao cenário internacional. Apitei Copa Libertadores da América, Eliminatórias para a Copa do Mundo e essa indicação é a coroação de tudo isso que aconteceu”, afirmou.

Paulo César: “Estou muito contente com a indicação, mas claro que quero ganhar”

Apesar de ser reconhecidamente um dos melhores árbitros do País, Paulo César apontou uma dificuldade para estar entre os melhores. “São muitos times paulistas na Série A do Campeonato Brasileiro, então acabamos apitando jogos de times de outros estados e isso nos deixa longe especialmente da mídia de São Paulo. Por isso fiquei até surpreso com a indicação”, garante.

Estar entre os três, porém, não é o suficiente. “A minha expectativa é que possa ter recebido mais votos”, brinca. “Mas temos que destacar o trabalho do (Leonardo) Gaciba e principalmente do Héber (Roberto Lopes) que foi muito regular o ano todo”, opinou, antes de manifestar a sua torcida. “Estou muito contente com a indicação, mas claro que quero ganhar”, disse bem-humorado.

Quem também festejou a inclusão do nome de Paulo César de Oliveira entre os melhores foi o o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, Coronel Marcos Marinho. “Lógico que é fruto do trabalho individual dele, mas é também resultado dentro de campo daquilo que fazemos diariamente, e por isso nos deixa bastante satisfeitos”, afirmou Marinho.

Fonte: http://eptv.globo.com - Com informações da Federação Paulista de Futebol.

Fonte: Cooperativa de trabalho dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo - COAFESP

1 de dez. de 2009

Sobre Boleiros e Apitadores, Tolerância e Vocação

Cada vez mais vivemos situações de disparates no futebol brasileiro. Nesse ano, tivemos de tudo em todos os campeonatos: partidas arranjadas do Maranhão em esquemas de mala preta à máfia de apostadores na Europa, confusões e polémicas com árbitros desde os regionais até a definição de Seleções nas Eliminatórias da Copa do Mundo - Zona Europeia.

Não há local, temporalidade ou sazonalidade para a discussão que envolva arbitragem de futebol. Tudo é, sem dúvida, paixão. Paixão em algo profissional, onde os próprios dirigentes se tornam apaixonados torcedores e urram difamando contra adversários e até mesmo partem para o incentivo a agressão.

Esse sentimentalismo misturado ao profissionalismo levam a certos conformismos no imaginário popular e na literatura do futebol. Nesse ano, por diversas vezes, ouvi o ótimo jornalista Wanderley Nogueira, da Rádio Jovem Pan, massificar que “dizer que o juiz roubou, no futebol, tem outra conotação“. Sim, é verdade, embora seja incômoda tal afirmação. Os “roubos” popularmente conhecidos, que nada mais são do que os erros de uma partida de futebol, sem intenção ou previa disposição de prejuízo a outrém, acontecem. Assim como um goleiro falha e acaba tomando os “frangos”, usando da mesma literatura futebolísitca popular. Idem para o centroavante que na cara do gol erra o chute e desperdiça o gol da vitória. E também para o treinador que escala mal ou realiza uma substituição equivocada.

De fato, o futebol é um esporte de erros e acertos, onde a sua condição de “esporte” tem sido substituída por “jogo”. É a relação distinta entre o jogar e o disputar, o “play” x “game”. E isso tem trazido a intolerância em muitos casos.

Voltemos aos erros dos árbitros e jogadores. Quem erra mais? Um atacante erra mas o torcedor tem esperança que na próxima jogada ele acerte. O árbitro erra e o torcedor eterniza o erro como determinante para a derrota da sua equipe.

Já imaginaram quantas vezes um árbitro e um jogador erram ou acertam numa partida?

Talvez esse seja um desafio interessante: quantas decisões um árbitro toma numa partida de futebol? Foi falta ou não? Foi escanteio ou tiro de meta? É lateral? Para quem? Cartão Amarelo ou Vermelho? Quanto de acréscimos?

Leve em conta o número de decisões a serem tomadas em segundos, sem o auxílio de uma TV, suado, cansado, desconfortavelmente em muitos casos, que um árbitro toma, por exemplo, num lance de falta próximo à área penal:

1- Foi falta; ou o jogador caiu sozinho por força da jogada; ou simulou?
2- Se foi falta, haverá vantagem ou não?
3- Se não vantagem, o lance foi dentro da área ou fora? Se dentro é pênalty, se fora é tiro direto.
4- Se foi falta mesmo, foi por imprudência, ação temerária ou uso de força excessiva?
5- Simplesmente marco a falta, aplico uma advertência verbal, aplico o cartão amarelo ou o cartão vermelho?
6- Ôpa: permito a rápida cobrança ou é prudente mandar esperar o apito para uma eventual formação de barreira?

Cronometre o tempo que você leu essas possibilidades de tomadas de decisões e tente cronometrar numa partida de futebol o tempo real que o árbitro tem para pensar e decidir sobre tudo isso.

Vamos ao comparativo com os jogadores: a preparação física, mental / motivacional e a questão sobre remuneração.

- Jogadores de grandes equipes têm à sua disposição: preparador físico, fisiologista, fisioterapeuta, médico, podólogo, nutricionista, psicólogo e palestras motivacionais. Treinam em horários e dias específicos. Hospedam-se em bons hotéis e sempre que possível (de SP a P.Prudente, por exemplo) viajam de avião. Recebem, se time grande, entre R$ 200.000,00 a R$ 300.000,00/ mês. Milhões de brasileiros torcem por eles.

- Árbitros que apitam jogos de grandes equipes: preparam-se por conta própria; esforçam-se na contratação de personal trainer e plano de saúde bancado do próprio bolso. Treinam ou de dia, de noite ou no almoço; ou quando puderem! Viajam de carro ou ônibus normalmente na madrugada ou no mesmo dia dos jogos. Recebem, se FIFA, R$ 2.800,00. A família e amigos são sua torcida.

Leve em conta que o árbitro tem sua vida profissional no dia-a-dia paralela ao futebol; para o jogador, a vida profissional e o dia-a-dia são o futebol. Considere ainda a não frequência em escalas, pressões e torcida contrária que o árbitro sofre. Antes dele entrar em campo já é questionado, mesmo se ilustre desconhecido.

Confidencio uma experiência própria: meu pai, apaixonado por futebol, tempos atrás resolveu ir assistir a uma partida da série A2 em que eu estava escalado. Foi por conta própria, comprou seu ingresso na bilheteria, misturou-se na torcida e ali permaneceu, aguardando o início do jogo, como único e legítimo torcedor do árbitro. Imediatamente a entrada do quarteto de arbitragem em campo, um senhor idoso que sentava ao seu lado, acompanhado do netinho, gritava: juiz ladrão, safado, vai morrer… o garotinho, sem papas na língua, emendava: seu fdp, não vai roubar aqui, sem vergonha… e o vovô todo orgulhoso! Meu pai cutucou o velhote e perguntou: o senhor conhece o juiz? E ele: nunca vi na vida… Após o jogo, e depois de muitos xingamentos, novamente meu pai o abordou: o que senhor achou do juiz? E o vovô: apesar de todo juiz ser safado, até que esse foi bem. Com confiança, meu pai disse: ele é meu filho, e tenho certeza que não é ladrão. E a sabedoria do velho: Parabéns ao seu filho, suportar um velho chato como eu que até ensinei meu netinho a xingar o juiz, é para vocacionados.

É esse o termo: vocacionado! O árbitro que ganha 1% do salário de um atacante que divide na área com o zagueiro e que deve em segundos analisar inúmeras hipóteses e marcar ou não o pênalty que decide o campeonato, é, de fato, um abnegado! Apesar de todos os contras, sabe e gosta do que faz. Com a TV contrária a ele, com a torcida e os jogadores o tendo como inimigo (logo ele, que é responsável por defender as regras e o fair play), mesmo assim ama apitar futebol (e tal narrativa acontece à maioria dos árbitros).

Senhores dirigentes, um pouquinho mais de compaixão e tolerânica com os árbitros em 2010. Os papais e as mamães, filhos e filhas dos árbitros agradecerão!

Nota: Materia acima foi extraida do blog do Prof. Rafael Porcari, a companhe outras materias interessantes neste blog.

26 de nov. de 2009

O árbitro e o guarda de trânsito

Já notou os vários sinais do árbitro de futebol (regra 05)? Há sinais feitos com os braços, com as mãos, com o som de um apito e com um par de cartões (amarelo e vermelho). Isso nos lembra outra profissão...

Lendo a parágrafo acima podemos fazer uma pequena comparação entre o árbitro de futebol e guarda ou fiscal de trânsito (em Campinas este fiscal é conhecido como “amarelinho” e em São Paulo como “marronzinho”). Percebam que ambos utilizam de sinais, apito e blocos de anotações.

O árbitro usa um uniforme diferente dos jogadores. O guarda usa uma farda impecável. Ambos os casos é para mostrar suas autoridades.

O árbitro usa o sinal com os braços para mandar seguir uma jogada onde foi observada uma vantagem. O guarda usa o mesmo sinal para que o trânsito siga em frente. O árbitro levanta o braço sinalizando uma cobrança de falta em dois toques (tiro livre indireto – regra 13). O guarda levanta o braço sinalizando que o veículo deve parar, não pode seguir em frente.

O árbitro usa seu apito para interromper uma jogada irregular. Já o guarda usa o seu apito para chamar atenção dos motoristas.

Os cartões são os blocos de anotação das ocorrências dentro de uma partida de futebol, ali os números das camisas dos jogadores podem ser comparados com as placas dos veículos, pois o guarda usa seu bloco para anotar as infrações (multas) cometidas no trânsito.

Os árbitros são ultimamente chamados de “máfia do apito”, já os guardas e fiscais de trânsito de “máfia da indústria da multa”.

Fim das comparações. O árbitro de futebol por mais que tenha autoridade, sempre será contestado, desrespeitado e pouco temido pela sociedade futebolística. Já a autoridade do guarda e do fiscal, esta sim, será contestada, porém, amplamente respeitada e temida pelos motoristas.

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

4 de nov. de 2009

O vilão do futebol

Na busca de não reconhecer sua inferioridade ou sua real condição de combate, a sociedade futebolística usa como sua ultima instancia a figura solitária do árbitro “o vilão do futebol.”.

È nele que será cravado o motivo de sua derrota, sem perdão, a vitória não veio por causa dele. Foi ele quem expulsou o jogador que deu um pontapé no adversário sem esta a bola em disputa (regra 12 – o jogador será expulso se for culpado de conduta violenta) aos 10 minutos do primeiro tempo, cuja expulsão comprometeu todo esquema tático estipulado pelo treinador antes do tiro de saída (regra 08).

A busca de camuflar o péssimo desempenho da equipe reflete nos berros do treinador que não consegue extrair o que fora passado pela sua preleção antes do jogo, mais o erro dos jogadores não são fatais, sim os erros do árbitro, este veste camisa, calção, meia e chuteiras, porém a ele não é permitido tocar na bola, sendo assim não poderá fazer gol ou defender um possível gol.

Será nele que os dirigentes despejaram um caminhão de culpa, não importa que seu jogador fosse expulso de acordo com a regra do jogo, o árbitro não poderia ter comprido está regra, pois através deste ato foi causador da derrota e por este motivo merece se surrado.

Todos os parágrafos acima são relatos de uma situação vivida por um árbitro que milita no futebol não profissional na cidade de Campinas interior do Estado de São Paulo, onde após esta expulsão o jogo virou um verdadeiro inferno. Ao termino do primeiro tempo, o campo de jogo (regra 01) foi invadido por vários torcedores da equipe que teve o jogador expulso, onde um deles disse com a maior natureza do mundo – “lembra de mim, na final do veterano eu quebrei sua cara, hoje vou quebrar você no meio, não importa se meu time ganhar ou perde, você vai sai daqui direto para Mário Gatti” – para quem não é de Campinas, Mário Gatti é o Hospital Municipal.

Próximo do termino da partida, cujo placar já era de dois x zero contra a equipe do jogador expulso no inicio, este mesmo torcedor saiu da arquibancada e juntamente com vários outros torcedores iniciaram uma caminhada em direção do portão de acesso ao campo de jogo, porém um milagre aconteceu do nada, um espectador que não tinha nada haver com o jogo geraram uma briga contra estes torcedores, desviando toda atenção direcionada a equipe de arbitragem que por sua vez encerrou o jogo e saiu de fininho por um portão de acesso ao córrego que passa ao lado do campo.

Milagre ou não isso é inadmissível esta situação. Se a sociedade futebolista acolhe pessoas com este espírito, o futebol estará com sua essência condenado a morte e refém de pessoas sem coração e qualquer respeito pelo semelhante. O futebol amador de Campinas está condenado a ficar sobe jurisdição de pessoas sem o espírito empregado pelo Barão Coubertin “O importante não é vencer, mas competir com dignidade”.

Nota 01: Os nossos mais sinceros protesto de repudio pelo acontecimento a partida entre Flamengo do Jd. Santa Mônica x Unidos do Jd. Eulina, partida valida pela quarta de finais do Campeonato Amador da Campinas.

Nota 02: Deixamos os nossos protestos de estima, consideração e reconhecimento pela pessoa idônea e amiga que é o árbitro desta partida: Sr. Paulo César da Silveira, conhecido pela sociedade futebolística de Campinas como PC.

23 de out. de 2009

Os leigos são os árbitros


Neste fim de semana, aproveitando uma folga na escala, fui ao estádio de futebol, claro para assistir um bom jogo e de quebra observar meus companheiros de arbitragem.

Pelo meu posicionamento na arquibancada, tive o prazer de acompanhar o excelente trabalho do árbitro assistente nº. 02, ou seja, do bandeirinha (como é rotulado pela sociedade futebolística) e pouco mais de longe dos demais membros da equipe de arbitragem, que na minha modesta opinião foi muito bem.

O jogo em si foi... Como posso dizer, sem muita técnica, muita vontade e claro, muita reclamação. O desempenho dos jogadores passou a ser algo de segundo plano, o importante era observar atentamente os meus companheiros de arbitragem, principalmente o assistente que corria paralelamente na linha lateral, este elogiado com inúmeros adjetivos em todas suas ações contra a equipe dona da casa.

Bem, vou colocar somente uma frase deferida de um torcedor que estava do meu lado “bandeirinha... você esta louco! O cara recebeu a bola sozinho seu... volta pra escolinha, seu burro !!! Porém, este lance, o atacante recebeu a bola diretamente de um arremesso lateral, e esta é uma das três situações que não há impedimento (Regra nº11 – Não existirá impedimento se o jogador receber a bola diretamente de um tiro de meta, de um tiro de canto (escanteio) e de um arremesso lateral.). O que comentar a respeito deste torcedor? Claro, nada, para ele o leigo é o bandeirinha.

Pois bem, ao deixar o estádio, percebi como somos cobrados em nossa nobre função e da sua importância dentro do futebol de hoje. Um futebol altamente comercia onde altas cifras são movimentas. Um futebol que exigi cada vez mais a perfeição da arbitragem e assim sendo não tem espaço para árbitros preguiçosos, sem interesse pelos treinamentos, sem a devida atenção para as alterações na regra, sem o devido aprimoramento de suas ações dentro do campo de jogo.

19 de out. de 2009

- Gol com tabela entre… as Bolas!

O que é pior? Duas bolas em campo na hora que sai o gol ou o árbitro que não conhece regras e valida uma suposta “tabelinha” entre as redondas?

Por incrível que possa parecer, isso aconteceu duplamente na partida Sunderland X Liverpool, pela Premier League, neste final de semana! Na oportunidade, na hora em que o goleiro do Liverpool defenderia um chute a gol, uma segunda bola foi jogada em campo; esta bateu na bola que iria ser defendida, desviou-a e entrou na meta! Detalhe: o árbitro, erroneamente, não considerou a bola como um corpo estranho mas como um corpo neutro, e validou o gol. Erro grosseiro…

Veja o lance, clicando em: http://videos.sapo.pt/ZMR90G6sOSljv5FV9jFH

Na imagem da primeira câmera, você nem percebe a segunda bola; mas nos outros dois ângulos, você se assusta com o desconhecimento da Regra do Jogo por parte do quarteto de arbitragem!

Fonte: blog do professor Rafael Porcari

13 de out. de 2009

O QUE VENHA A SER FAIR PLAY?


Durante os jogos da Copa do Mundo, muito se ouviu falar de certo fair play, e, pergunto a você: O que é este tal de fair play?

O fair play é simplesmente jogo limpo. Tem sua origem na sociedade aristocrática européia, e foi muito difundido pelo Barão Pierre de Coubertin idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

O conceito de jogar limpo representa a essência de qualquer esporte. O futebol como o principal esporte praticado no mundo não pode ficar sem esta essência, pois ela representa valores como à honra e a lealdade, o respeito pelos adversários e pela arbitragem, pelos companheiros e por si próprio.

O respeito total pelas regras, princípios e códigos de conduta, obedecendo ao principio da justiça e renunciando a vantagem ilícita. Assim o futebol seria como uma "escola de cidadania", ensejando a oportunidade de aprender que o sucesso é obtido não apenas através do desejo e da perseverança, mas também que é consagrado unicamente através da honestidade e da justiça.

Os praticantes têm possuir alma alva, lavada com o fair play. O futebol exige, no mínimo, que os praticantes joguem com respeito total e constante pelas regras, nunca devem esquecer de que os árbitros têm mais experiência e uma visão muito melhor de que está acontecendo dentro do jogo. Como os jogadores, os árbitros farão erros do tempo ao tempo. Estes devem ser aceites. Sem um árbitro não há nenhum jogo de futebol. Seus esforços devem ser respeitados e problemas ser compreendidos.

Cada jogo bom necessita um adversário bom. Mesmo o adversário mais afiado não é um inimigo. O futebol não é guerra. Ninguém aprecia perder, mas a derrota deve ser aceita como apreciação para a habilidade e o espírito do adversário. Aqueles que perdem hoje podem ser o ganhadores do amanhã.

O fair play exige que nenhum adversário deva ser humilhado ou abusado por razões raciais, étnicas ou religiosas. O futebol é o desempenho e a participação do jogador, não faz discriminação a respeito das origens de seus praticantes.

O fair play é fundido no calor da amizade, do respeito pelo outro e do espírito esportivo. Representa um modo de pensar e agir. Ele não aceita o uso da astúcia e artifícios nem subterfúgios para obter o sucesso, o anti jogo, o doping, a violência (tanto física quanto verbal), a desigualdade de oportunidades e a corrupção.

Os esportistas em geral devem ter em mente que sempre haverá um outro dia a jogar e competir.

6 de out. de 2009

Paradinha nos pênaltis com dias contados

"Blatter diz que a paradinha é irregular e está com os dias contados, chama artifício de "jogo sujo" e espera punição dos árbitros com o cartão amarelo"

A paradinha, que voltou a ser moda nos gramados brasileiros este ano, está com os dias contados. Após a reunião do conselho executivo da Fifa, no Rio de Janeiro, o presidente Joseph Blatter foi claro e incisivo ao dizer que o artifício de o jogador interromper o movimento na hora da cobrança de pênalti é ilegal e deve ser punido com cartão amarelo pelos árbitros.

O dirigente garantiu que o tema está em pauta em uma reunião da International Board, órgão que regulamenta as regras do futebol, no dia 20 de Outubro, em Zurique, na Suíça, e que depois vai ser emitida uma nota para todas as federações nacionais para que não aconteçam mais dúvidas ou interpretações sobre o caso. Joseph Blatter considera a paradinha uma infração à regra do futebol.

- Isso não é justo. É uma infração, e o árbitro deve punir com o cartão amarelo. Se o jogador repetir, precisa ser expulso. Não é justo, é uma trapaça e precisa acabar - disse.

O suíço Joseph Blatter espera que a partir de Novembro, após todas as federações receberem o documento da International Board, a paradinha pare de ser usada em todo o mundo na hora da cobrança do pênalti. O dirigente considera o artifício um "jogo sujo" mais grave que a simulação de um pênalti.

- Sempre fui atacante. Há 50 anos, quando jogava, já tinha isso do atacante quando não consegue passar pelo defensor dar um mergulho, de tentar cavar o pênalti. Não é correto e o juiz pode e deve punir. Mas pode dar o cartão amarelo só na segunda vez que o jogador fazer isso. Já a paradinha não é justa e deve ser punida logo na primeira vez - disse.

Blatter admitiu que em alguns momentos a regra do futebol passa a ser interpretada de forma incorreta em certas partes do mundo. E, neste momento, a Fifa e a International Board precisam agir. O dirigente citou outros exemplos, como a mão na bola na área sem ser intencional, que chegou a ser punida com o cartão vermelho, e casos de racismo em que árbitros interrompiam imediatamente a partida - o dirigente também não é favorável a essas medidas.

- A International Board precisa unificar isso com todas as federações e não ter margem a interpretações. O futebol é o esporte mais popular do mundo porque a regra mudou muito pouco ao longo dos anos. E o futebol precisa ter uma única regra. Temos que parar com a paradinha. Ela não é correta – disse Blatter.

25 de set. de 2009

Olho frio da câmera de televisão


Quando era torcedor fanático, não dava a mínima importância ao ser humano, árbitro de futebol (regra 05), pra mim, esta figura não passava de um inimigo, inimigo minha paixão, do meu time do coração, principalmente quando este marcava uma falta ou até mesmo um pênalti, pra não falar do pobre bandeirinha (árbitro assistente – regra 06), que ao assinalar corretamente um impedimento, ouvia da minha língua aguçada e venenosa um show de elogios.

Hoje em dia observo tantas coisas que não posso concordar ou tentar entender, pessoas que um dia fez parte do mundo da arbitragem, hoje se sentam atrás de um monitor de televisão, aonde o IBOPE vem em primeiro lugar, passando à equivocada opinião, comentando friamente que o árbitro errou.

A regra é clara, frase usada por um ex-árbitro que um dia apitou uma final de Copa do Mundo, e por ser clara, as decisões do árbitro não deve ser distorcida pela falsa visão passada pelas inúmeras câmeras de televisão, colocadas com a finalidade de expor os erros de arbitragem, dando o injusto verídico que o árbitro esta dentro do solo sagrado (campo de futebol – regra 01) somente para prejudicar esta ou aquela equipe.

Analise um pênalti (regra 14) marcado pelo árbitro, visto pelos vários ângulos registrados pelas câmeras, pênalti que fora assinalado de forma equivocado, agora, analise somente pelo o único ângulo de visão possível ao árbitro, assim pode chegar à conclusão que não houve um erro e sim uma limitação humana.

A sociedade futebolística deve aceitar o erro de arbitragem de forma natural, como um atacante perde um gol de forma bisonha e nem por isso é severamente criticado ou multado. O olho frio da câmera de televisão não pensa, não tem prazer e muito menos sonha. Não é humana.

2 de set. de 2009

O HERÓI DA VÁRZEA

Como podemos definir o árbitro que apita futebol não profissional, o chamado futebol de várzea. Que adjetivo é mais apropriado. Herói! ou simplesmente louco!

Eles geralmente deixam o aconchego de seus lares, nos domingos, antes dos primeiros raios de sol, mal tomam o café da manhã e já correm para não perder a primeira condução, e tudo isso para chegar sempre no horário, antes das equipes, nos campos de futebol espalhados por este Brasil à fora.

São pessoas simples, porém dedicadas. Depois de vestirem a surrada roupa de árbitro e calçarem o velho par de chuteiras, digo de passagem, muito bem engraxadas, lá vão eles pra enfrentarem as mais diversas situações que uma partida de futebol pode proporcionar.

Uma boa parte destes “homens de preto” se quer concluiram o ensino básico ou até mesmo nem possui um diploma de curso de arbitragem de futebol. Apitam de coração. Com a coragem. Com a educação recebida dos pais, educação esta que resume à honestidade e ao respeito ao próximo. Do princípio de nunca prejudicar ou cometer injustiça.

São eles, sempre presentes nos campos de grama ou sem, de terra batida ou esburacado, com ou sem alambrados, com pequenos balaústres ou uma simples corda para separar a torcida enlouquecida querendo sempre o seu “couro”.

Campos estes localizados nas periferias das grandes cidades, em lugares em que até mesmo a polícia pensaria duas ou mais vezes antes de visita-los.

São estes árbitros que farão nas mentes dos futebolistas de fins de semana a alegria ou a tristeza. Pois a vitória veio apesar deles. E a derrota veio por causa deles.

Pessoas humildes, seres humanos, porém são árbitros de futebol. Verdadeiros heróis dos campos de futebol da várzea.

Valorizando os estudos e buscando novos desafios...


Meus queridos amigos a vida é cheia de surpresas, em um momento só o fato de pensar em viver fora dos gramados, me fazia sentir “calafrios”. Mas com o passar do tempo, depois de superar varias barreiras entres elas a hipocrisia e o preconceito, me peguei trabalhando e desenvolvendo outras atividades e principalmente valorizando os estudos, objetivo que sempre ficava em segundo plano como tudo na minha vida. O primeiro era sempre o futebol, e está priori me colocava em situações de glória, mas também de muita humilhação. Afinal era jovem, sonhadora e tinha como ideal marcar meu nome na história.


Acredito que consegui de várias maneiras, primeiro tendo como foco minha formação na arbitragem, depois adquirindo respeito dos colegas de profissão e de todo meio que envolve o mundo da bola, era uma obstinação. Apesar de muitos insinuarem que perdi todo respeito conquistado quando fui à primeira árbitra a fazer um nu artístico. O que não é verdade, a vaidade e necessidade de demonstrar “poder”, utilizou de um trabalho honesto para prejudicar o outro, reflexo de uma sociedade machista, preconceituosa e hipócrita. Aceitamos políticos corruptos, mas somos incapazes de aceitar uma mulher séria, correta, competente, guerreira e corajosa em sua atividade de trabalho após ter desenvolvido outro sem demérito algum para sua profissão. Isso sem contar os critérios de avaliação aos erros que são levados em conta entre A e B, sendo que os das mulheres são hipervalorizados. Mas enfim essas situações acontecem em qualquer lugar, apenas temos que aprender e conviver com elas lamentavelmente. Ah! Detalhe a culpa é sempre do profissional.


Mas voltando, como é gratificante o reconhecimento do público, mas o principal e eterno a conquista de fãs e admiradores por este mundo a fora. Sei que muitos me querem de volta aos gramados, isso fica evidente em cada mensagem, em cada pessoa que encontro. Fico muito feliz e honrada.


No passado sempre me diziam que estava fora do foco, estranho já que dediquei uma vida a arbitragem. Passei a pensar em mim, no inicio deste ano quando por motivos de saúde não fui aprovada nas provas físicas e me vi obrigada a assistir o paulistão pela Televisão ou na arquibancada, então resolvi priorizar a faculdade, família e vida social. Confesso a todos vocês que perdi um pouco o “tesão” de atuar profissionalmente, quando olho pra trás vejo que sou realizada, pois fiz tudo que foi possível fazer na qualidade arbitra assistente feminino no futebol masculino, uma das façanhas que guardo com carinho é de ter conseguido bandeirar dois jogos da Copa Libertadores da America em 2005. Não imaginei que iria tão longe. Obrigada Sr. Armando Marques e todos aqueles que contribuíram para este feito. Então amigos, digo que agora vou concluir os estudos, valorizar os que me valorizam e encarar novos desafios. E ajudar sempre os que precisam de mim.


Arbitragem obrigada por ter me ensinado a ser mulher e principalmente que é possível ir além. Quero mais (Copa do Mundo), mas isso só será possível fora dos gramados. Acredito em ciclos, acho que o meu ciclo no futebol dentro do campo de jogo terminou, já penso em um futuro fora dele. Espero em Deus que seja tão promissor, como foi na arbitragem. Mas deixo muito claro que ainda não desisti, apenas não vou deixar as oportunidades passarem.



12 de ago. de 2009

O inimigo da Paixão

Ao entrar no solo sagrado( Campo de jogo - regra 01), o árbitro (regra 05) percebe o tanto que é admirado. Uma admiração não agradável, uma admiração vinda da desconfiança, por considerá-lo inimigo da sua paixão, inimigo do seu time de coração.

Na verdade todos aqueles que estão fora do universo da arbitragem de futebol não tem consciência do que falam sobre os árbitros, críticas sem fundamentos, destrutivas e malignas, pois estes não possuem o espírito do jogo e sim o espírito da paixão, e paixão não combina com a razão. Todavia este outro universo de pessoas não pode imaginar as dificuldades que um árbitro de futebol tem para desenvolver sua função. Estas dificuldades têm início ao comparamos o tanto que ele deve correr atrás da bola, porém não pode tocá-la, num espaço que varia de 90 a 120 metros de comprimento por 45 a 90 metros de largura, devendo estar sempre bem próximo do lance, sem interrupção em sua corrida, sem descanso, podendo ao final do jogo ter percorrido mais de 14 quilômetros.

Uma outra dificuldade que o árbitro encontra principalmente dentro do solo sagrado é a falta do conhecimento da Carta Magna do futebol por parte jogadores (regra 03) e treinadores, isso é uma pedra no caminho do bom andamento da partida, pois uma simples marcação de falta (regra 12) é motivo para divergência entre o árbitro e jogadores, e estes sempre querem ter razão ao ponto que quando entrevistados não medem palavras para falar mal da arbitragem.

O árbitro vive constantemente vigiado pelos olhos frios das câmeras de televisão. Sobre os olhares de desprezos dos torcedores. Dos olhares dos jogadores e treinadores que sempre o focam como inimigo. Da falta de tolerância e de compreensão quando um erro é cometido, erro este humano. Até mesmo quando do acerto passa não ser acerto, pois todos o julgam pelo coração e não pela razão, ou simplesmente no caso da imprensa para obter mais IBOPE.

O árbitro passa toda a sua carreira carregando a imagem de “ladrão”, inimigo da paixão do torcedor, não importa onde vai apitar, ao entrar em campo será logo ovacionado com este “título” e esta dificuldade ele deve tirar de letra, pois ele sabe que seu conhecimento da carta Magna o transforma em pessoa diferenciada, o transforma em árbitro de futebol.

7 de ago. de 2009

A CRIANÇA E O ÁRBITRO DE FUTEBOL


Árbitro Paulo Pereira - Portugal
O futebol é o principal esporte praticado em todo mundo. A criança quando nasce, sendo  menino, certamente receberá uma bola de presente. Esta o acompanhará para sempre, em casa, na escola, no campinho de terra batida, no clube, em qualquer outro lugar onde possa chutá-la.

A criança praticará o futebol sem nenhuma obrigatoriedade. Neste primeiro estágio ela não dá qualquer atenção ou valor à necessidade das regras, o que importa é chutar a bola.


Um segundo estágio se inicia quando a criança começa a praticar o futebol no sentido de equipe. Observando que não estão mais sós dentro de um espaço, as regras. Este ponto é claramente visto quando a criança demonstra sua competência para criar sua própria regra, se adaptando ao momento que obriga esta mudança, por exemplo: um menor número de jogadores (regra 03) ou até mesmo colocando como traves ou meta (regra 01 – campo de jogo) duas latinhas de refrigerante.


Logo podemos visualizar a chegada do terceiro estágio na vida futebolística da criança, onde sua consciência do caráter arbitrário passa para a necessidade de uma cooperação mútua entre os competidores, resultando na obrigatoriedade de respeitar as regras do jogo.


Como jogador, a criança passa ver um novo personagem: o árbitro de futebol. Para ela este homem de preto representa a lei, sem ele não há jogo, nele será depositado toda a confiança e respeito. O árbitro será visto como indispensável, infalível e incorruptível. Neste estágio a função do árbitro será de um educador, transmitindo as crianças todo seu conhecimento e desenvolvimento da noção das regras do jogo de futebol.

Também neste estágio o árbitro terá sua melhor escola de aprendizagem para ser um árbitro respeitado. Ele passará por um verdadeiro vestibular, ou seja, passará pelo crivo dos pais. Emoção e o coração estarão sempre à frente de qualquer crítica feita por um pai a um árbitro.

O árbitro ainda terá como principal função passar a criança o respeito ao fair play (jogo limpo). Impedir a violência. Exigir que nenhum adversário fosse humilhado ou abusado por razões raciais, étnicas ou religiosas. E que o futebol faz amigos.

 As crianças mais velhas, em seu último estágio, admitem que o árbitro possa equivocar-se e que suas decisões podem ser discutidas. Passando não ser o senhor único da verdade. Porém sabem que sua decisão no momento da partida deve ser amplamente respeitada e aceita.

Infelizmente para o futebol, a criança vê nos pais a principal figura relacionada com a verdade, e sendo assim, quando ela observa seu pai criticar abertamente o árbitro, ela se sente no mesmo direito. É onde nasce o vício que o árbitro será sempre o causador da sua derrota.

Por Valter Ferreira Mariano

5 de ago. de 2009

Errar Não é Nenhum Crime. É uma faceta do ser humano.


A sociedade futebolística tem por obrigação compreender que o árbitro é um ser humano e como tal cometerá erros durante as partidas. O árbitro por sua vez deve assimilar os erros e ao reconhecê-los, deve respirar e ter calma, analisar e procurar não comete-los mais. Nunca compensar uma equipe prejudicada com uma inversão ou criar uma situação favorável. Se fizer, estará duplicando o seu erro e diminuindo sua autoridade e credibilidade.


Tomada uma decisão, o árbitro não deve voltar atrás se certo de sua justiça. Se perceber que sua decisão não está correta ou avisada por um membro da equipe de arbitragem que esta cometendo um erro, tendo a partida não reiniciada, poderá voltar atrás de sua decisão inicial. Se assim fizer, não é desmoralizante sua atitude e sim um ato de humildade e justiça.


O árbitro deve está plenamente focado na partida para que a margem de erros seja mínima. Errar uma vez e voltar atrás, normal. Errar pela segunda vez e voltar atrás, ainda pode ser considerado normal. Agora, errar pela terceira vez e voltar atrás, passara a imagem de um árbitro frágil e sem personalidade, os jogadores irão perceber esta fragilidade e irão tirar proveito fazendo do árbitro um fantoche, os treinadores também vão aproveitar para reclamar das decisões quando não favoráveis, sem contar a torcida que irá exercer uma forte pressão sobre a arbitragem para pender em favor de sua equipe.


O árbitro deve ser compreensivo e inteligente para assumir e assimilar o erro, fazer dele uma lição, em outra situação semelhante não o cometes novamente. Afinal, quem nunca errou?


Nota: O jogador perde gol feito, o treinador escala errado, o goleiro não defende uma bola fácil... Os erros são comuns durante uma partida de futebol. Mas o que faz o árbitro quando ele sabe que errou num determinado lance?

4 de ago. de 2009

ÁRBITRO OU MESTRE DE BATERIA DE ESCOLA DE SAMBA


O árbitro de futebol tem que saber usar suas ferramentas de trabalho, dentre elas o apito, pois o uso incorreto pode torná-lo um mestre de bateria de escola de samba.


O uso do apito expressa a legítima autoridade do árbitro dentro do solo sagrado, (campo de jogo – regra 01). Será através dele que a partida será iniciada, paralisada, reiniciada e finalizada.


O apito será necessário para autorizar o inicio da partida, no reinício com o segundo tempo e após ter sido marcado um gol. Nestes casos, o som do apito será forte com uma duração mediana.


Em situações que uma infração é considerada branda e corriqueira, que a possibilidade de obter um tento direto é quase nulo, o silvo será curto e seco. Porém, se esta infração ocorrer nas proximidades da área penal (grande área), o silvo será forte e um pouco mais logo, indicando que através dela a possibilidade de obter um gol direto é favorável ao seu executor.


As infrações que levam um grande risco à integridade física dos jogadores, ou jogada violenta, que o uso de um dos dois cartões se fará necessário, o som do silvo será forte e longo, no qual o árbitro mostrará que não gostou nem um pouco da infração. Será como sua “cara feia” para o lance.


Na sinalização de uma penalidade máxima (regra 14), o árbitro deve mostrar através do silvo do seu apito toda sua convicção que a mesma ocorreu. Neste caso, o silvo será forte, bem alto e um pouco longo. Assim todos saberão com clareza que uma penalidade foi marcada.


Ao reiniciar o jogo após o mesmo ter sido paralisado para aplicação de um cartão amarelo ou vermelho, ou para atendimento de atleta lesionado, ou nas substituições, o silvo será curto. Porém, com uma boa altura para que todos saibam que o jogo será reiniciado.


O apito deve ser usado de forma repicada para chamar atenção que algo está errado ou fora de posição, como a posição da bola no quarto de circulo na execução de um tiro de canto (regra 17), a distância de 9,15m da barreira em relação à bola, do tiro de meta (regra 16) ou do posicionamento do atleta na cobrança de um arremesso lateral. Este silvo repicado informa que o posicionamento deverá ser corrigido para que se possa reiniciar a partida.


Não se fará necessário o uso do apito para autorizar a execução de um tiro de canto, meta, arremesso lateral ou quando um gol é marcado (regra 10). Porém, se há demora na execução ou um gol é marcado deixando dúvida se bola entrou ou não, nestas situações a intervenção do silvo do apito se fará necessário para chamar atenção dos jogadores.


O apito é um instrumento do árbitro, e como tal deve ser usado com destreza. O uso de forma desnecessária e freqüente terá menos impacto quando for necessário. Para iniciar o jogo, o árbitro deverá anunciar claramente aos jogadores que o jogo só pode reiniciar após este sinal.

3 de ago. de 2009

A morte súbita dos árbitros

As pessoas ligadas à mídia esportiva nos inúmeros programas na televisão, que também fazem parte de outros meios de comunicação, como rádios, jornais e revistas esportivas, com colunas exclusivas e grande espaço nas emissoras – todas têm algo em comum: a possibilidade de ver e rever quantas vezes necessárias um lance duvidoso para dar seu veredicto final: a crucificação ou a absolvição do juiz ou bandeirinhas (juiz e bandeirinhas são termos pelos quais a mídia esportiva os chamam).


Tais opiniões são baseadas em cima de vários ângulos capturados pelas diversas câmeras de televisão espalhadas em redor do campo de jogo e até mesmo em cima dele, dos dirigíveis que sobrevoam o local da partida. Com todo este aparato tecnológico, tais pessoas não têm misericórdia, condenam à "morte" o árbitro ou seus assistentes, que contam com singelos segundos e apenas um ângulo de visão para aplicar uma das regras do futebol.
Contudo, temos dois bons exemplos de que tais pessoas, com toda estas parafernália eletrônica, vendo e revendo as imagens, ainda sim dão veredicto errados.


O primeiro exemplo vem da França, Copa do Mundo, 23/6/1998, Estádio Velódromo, Marselha, Brasil x Noruega. Próximo do fim do jogo, o árbitro Estandiar Baharmast (dos Estados Unidos) viu um pênalti cometido por Júnior Baiano. Para seu azar, todas as câmeras oficiais e não-oficiais, do tipo "câmera exclusiva da Globo", não flagraram a ação que gerou a penalidade. Conseqüentemente, o árbitro foi tarjado de "ladrão", principalmente depois dos comentários feitos ao vivo pelo narrador e o comentarista de arbitragem da principal emissora de televisão do Brasil.




No dia seguinte, a verdade – numa imagem feita por uma emissora que por acaso estava gravando cenas da torcida para um documentário a pedido da Fifa. Tal imagem revelou que o árbitro estava correto. Pênalti claro: Júnior Baiano agarrou e puxou o adversário dentro da área. Tarde demais, a sentença já estava dada, o árbitro estava voltando a seu país. No entanto, não houve qualquer pedido de desculpas por parte daqueles que o condenaram, ficou no esquecimento.


Difícil é enxergar


O outro exemplo vem da Taça Libertadores, o mais importante torneio de clubes da América. Não me lembro do adversário do São Paulo, porém recordo muito bem do lance: uma reposição de bola por tiro de meta. Executado com um chute forte do goleiro adversário, a bola chegou ao atacante completamente livre, entre ele e a linha de fundo só havia Rogério Ceni. Então vem a voz do narrador, aos gritos: "O bandeirinha está louco, está impedido, burro, burro, este bandeira está maluco, impedimento claro".


A partida seguiu normalmente. Em todas as participações do tal bandeira, voltava o comentário de "burro". Ao se aproximar o fim da primeira etapa, veio do nada o comentário: "Naquele lance do impedimento o bandeira estava correto, pois a bola veio de uma cobrança de tiro de meta, sendo assim não há impedimento". Mesmo reconhecendo o erro, ninguém pediu desculpas por chamar o bandeira de "burro". Mais uma vez a sentença estava dada.


Com estes dois exemplos podemos ver o quanto a arbitragem em nossos tempos está exposta a comentários destrutivos, sem a visão do árbitro, sem a visão do espírito do jogo. Os erros de arbitragem sempre existiram, hoje até com mais freqüência, por causa das inúmeras câmeras e recursos tecnológicos, e mostrar o erro da arbitragem exaustivamente rende ibope.
Isso não é justo. É fácil sentar numa cadeira em frente a um monitor de televisão e dar opiniões – seja na imprensa esportiva, falada, escrita e televisionada. Difícil é enxergar com os olhos da arbitragem.


Alfabetização da mídia


A sociedade futebolística será genuinamente democrata somente com a alfabetização dos meios de comunicação através da Carta Magna do futebol, pois sua influência é decisiva na opinião dos fãs deste esporte. Porém, para que isso ocorra, a mídia esportiva deverá condenar abertamente a crucificação dos erros de arbitragem de forma mais consistente do que faz, anulando o paradoxo que o árbitro se faz presente no solo sagrado para beneficiar uma das equipes, valorizando o ser humano – o árbitro – como o alicerce desta sociedade.


Sinto que a mídia esportiva vem se abrindo, de forma mais generosa, quando um erro de arbitragem é flagrado pelo olho frio da câmera de televisão, nos diversos ângulos. Os comentários têm sido feitos de forma ponderável, onde a visão do árbitro é também comentada, assim passando aos fãs as duas versões do lance registrado. Esta atitude é apenas uma gota d’água; todavia, uma gota d’água move um oceano, já é um começo.


Neste cenário, uma iniciativa de alfabetizar a mídia é a única via a uma sociedade futebolística mais justa e sustentável. A difusão do livro de regras, dos conceitos, das instruções, diretrizes de arbitragem, certamente colocará um fim no paradigma cultural que o árbitro é o vilão das partidas de futebol.

31 de jul. de 2009

Pessoas extras no campo de jogo


Qualquer pessoa não indicada na lista da equipe como um jogador, substituto ou funcionário da equipe é considerado um agente externo.

Podemos seguir como exemplo um jogador que foi expulso, a partir do momento da sua expulsão ele passa a ser um agente externo. Se ao sair do solo sagrado (campo de jogo - regra 01) o mesmo decide retornar ao campo de jogo, o árbitro (regra 05) deve paralisar o jogo, ainda que não de imediato se este não interfere, o árbitro deve solicitar sua imediata saída do campo de jogo e de seus arredores e a partida será reiniciada com bola ao chão (regra 08) no lugar onde a bola se encontrada quando a partida foi paralisada*.

Se um funcionário da equipe entra no campo de jogo, o árbitro deve paralisar o jogo (ainda que não imediatamente se o funcionário da equipe não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada), o árbitro deve solicitar sua imediata saída do campo de jogo e, seu comportamento é irresponsável, o árbitro deve expulsá-lo do campo de jogo e de seus arredores. Se a partida foi paralisada por este motivo ela será reiniciada com bola ao chão no lugar onde a bola se encontrava quando a partida foi paralisada*

Se um jogador que se encontra fora do campo de jogo, para colocar em ordem ou retirar um equipamento (regra 04), para ser tratado de uma lesão ou sangramento, porque tem sangue em seu uniforme ou por qualquer outra razão, com a permissão do árbitro, e retornar ao campo de jogo sem a permissão do árbitro, a partida se paralisada (ainda que não imediatamente se o jogador não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada) o árbitro advertirá o jogador por entrar no campo de jogo sem permissão e ordenará que saia do campo e a partida será reiniciada com um tiro livre indireto a favor da equipe adversária do lugar onde a bola se encontrava quando o jogo foi paralisado*, se não há nenhuma outra infração de acordo com a Regra 12 – (faltas e incorreções).

Se um jogador acidentalmente cruza uma das linhas demarcatórias do campo de jogo, não se considera que ele cometeu uma infração. O ato de sair do campo de jogo pode ser considerado parte de um movimento de jogo.

Se um substituto ou um jogador substituído entra no campo de jogo sem permissão, o árbitro deve paralisar o jogo (não imediatamente se o jogador em questão não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada) e este o jogador será advertido com cartão amarelo por conduta antiesportiva e deixará o campo de jogo, Se o árbitro paralisa o jogo, esse deve ser reiniciado com um tiro livre indireto a favor da equipe adversária do lugar onde a bola se encontrava quando o jogo foi paralisado*.

Se um Gol foi marcado com uma pessoa extra dentro do campo de jogo, o árbitro percebe, antes de reiniciar o jogo, deve anular o gol se a pessoa extra é um agente externo e interferiu no jogo. Agora se esta pessoa extra é um jogador, um substituto, um jogador substituído ou funcionário da equipe que marcou o gol o árbitro deve validar o gol se a pessoa não interferiu no jogo. O gol será valido se a pessoa extra é da equipe que sofreu o gol.

* Circunstâncias especiais – regra 08: Uma bola ao chão para reiniciar a partida, depois que o jogo foi temporariamente paralisado, dentro da área de meta, é executada na linha da área de meta paralela à linha de meta, no ponto mais próximo do lugar onde se encontrava a bola quando o jogo foi paralisado.

30 de jul. de 2009

Sindrome de Burnout em Árbitro de Futebol

Dr. Marta Aparecida Magalhães de Sousa

Na arbitragem de futebol, sempre se ouve falar: Tal árbitro não conseguiu passar no teste físico, não foi bem em tal partida ou caiu o rendimento, mas pouco se ouve dizer a respeito dos motivos que conduziram a tais acontecimentos. Essas situações podem conduzir o árbitro a desistir dos treinos de forma efetiva e eficaz, pois ele se sente esgotado tanto no aspecto físico, quanto psíquico e social. A esse esgotamento damos o nome de síndrome de burnout.

Os autores Weinberg e Gould (2001) conceituam a Síndrome de Burnout nos esportes como sendo uma resposta psicofisiológica de esgotamento exibida como resultado de esforços freqüentes, às vezes extremos e, geralmente, ineficazes para satisfazer demandas excessivas de treinamento e competições.

No caso específico da arbitragem de futebol, já se ouve falar em Síndrome de Burnout, pois os que se dispõem a vestir a camisa da Arbitragem de Futebol, atuam também em outras atividades paralelas. Diante de um estado de exaustão no trabalho, os árbitros deixam de lado até as próprias necessidades. O estresse aparece no contexto do trabalho, sendo que a qualidade deste fica comprometida pela relação estabelecida entre o árbitro e a sua Federação. Essa queda de rendimento pode ser um sinal de que o árbitro está sendo acometido pela síndrome do burnout em sua fase inicial e isso agrava ainda mais a pressão sobre o mesmo.

Nesse momento, o árbitro necessita realizar uma arbitragem correta, porém a impossibilidade de atuar certeiramente, só aumenta a tensão, e aparece um erro atrás do outro, sempre na tentativa de acertar, ele erra. Com isso, o resultado positivo não aparece, o rendimento começa a cair - os treinos passam a ser desmotivados e instala-se a Síndrome do Burnout, e essa situação quando começa a se repetir, termina na desistência de tudo que o motivou até então, no “Quadro da Arbitragem”.

Por isso é imprescindível o trabalho do Psicólogo Esportivo, que além de ajudar a identificar suas dificuldades, auxilia a ampliação da consciência no que se referem às suas limitações, experiências, competências e habilidades esportivas, promove medidas profiláticas durante a atuação do atleta, e mobiliza instrumentos valiosos no sentido de favorecer respostas ao ser humano como um todo.

Este fato ressalta a necessidade do trabalho mental atrelado ao trabalho físico e técnico, dos possíveis ajustamentos criativos, e de encontrar prazer na prática esportiva, além de pertencer a um grupo de escuta, e acolhimento, deixando de lado os diversos motivos que podem levar um árbitro ao esgotamento e conseqüentemente aos erros na sua prática.

Smith (1986) afirma que a Síndrome do Burnout é mais freqüente em atletas de esportes individuais, por serem mais competitivos, de alta exigência física e psicológica, devido à natureza repetitiva e monótona dos treinamentos, além de menor suporte social dos companheiros de treinamento.

Muitos dos aspectos que compõe o universo da arbitragem, em conjunto com o trabalho psicológico, ajudam de forma relevante os árbitros a traçarem algumas estratégias para um desempenho mais adequado, e ao mesmo tempo a prevenir mal estar, síndromes, e patologias de qualquer natureza.

Por último, é fundamental que os próprios árbitros conheçam seus limites, e de posse de sua singularidade, sejam capazes de gerar respostas confiáveis e corretas perante as diferentes atribuições de sua vida.

Nota: Este artigo foi escrito pela Dra. Marta Aparecida Magalhães de Sousa, Psicóloga, Clínica-Escolar-Esportiva, CRP 06/24.728-1.

Um aspirante, a renovação e o respeito merecido.


A Federação Paulista de Futebol sempre formou e forma até hoje grandes nomes na arbitragem nacional.


Lembro-me de Walter José dos Reis, um dos grandes árbitros assistentes que vi atuar e que infelizmente não pôde, em função de sua idade, participar de uma Copa do Mundo. Pra não ir muito longe, destacaria também a pioneira da arbitragem feminina, que também é de São Paulo, Silvia Regina, ex-árbitra da FIFA, que atuou em grandes decisões do futebol do Brasil. Hoje Silvia é instrutora da FIFA e observadora de arbitragem do quadro da CBF.


Já em 2006, um dos representantes da arbitragem brasileira na Copa da Alemanha, foi um paulista. Edinílson Corona, experiente assistente que fez grandes finais no futebol brasileiro e de fato, mereceu o destaque naquele ano. Quebrando barreiras do preconceito e das dificuldades, São Paulo tem em seu quadro o único árbitro “negro” da América Latina no quadro da FIFA, que na minha opinião, é um dos melhores árbitros de futebol do mundo. Paulo César de Oliveira, o árbitro que, segundo o globo esporte, é o mais gente boa e competente do futebol brasileiro.


E de todos os árbitros que fazem parte hoje do quadro de árbitros da Federação Paulista, o Voz do Apito destaca o árbitro aspirante à FIFA, José Henrique de Carvalho, que com ótimas atuações no Brasileirão 2008, nos chamou atenção pela regularidade de seu trabalho nos jogos que foi escalado.


Zé, como carinhosamente é chamado pelos amigos da arbitragem, é uma das pessoas mais queridas e respeitadas não só em seu Estado, mais em todo Brasil em função de sua lealdade, profissionalismo e honestidade com os colegas.


A carreira de José Henrique de Carvalho tomou grande proporção no ano de 2006, quando designado pelo Presidente da Comissão de Árbitros da Federação Paulista, Marcos Marinho, Zé venceu o sorteio da final do Paulistão daquele ano e fez um trabalho acima de qualquer suspeita, mostrando que pode sim ser um grande Árbitro Internacional.


Lembro-me como se fosse hoje, Zé com aquela polêmica camisa “rosa”, advertindo o goleiro na ocasião do Santos, Fábio Costa, com um cartão amarelo. Enquanto a chuva desmanchava seu inseparável “topete”, Zé, mostrando para todos seu excelente preparo físico que lhe é peculiar, consagrava-se ali, um dos grandes nomes da arbitragem paulista de todos os tempos. Viva a renovação!


Nota: matéria publicada no site A VOZ DO APITO por Pedro Paulo de Jesus.


O BODE EXPIATÓRIO


Falar de futebol e não difamar a arbitragem é o mesmo que ir a Roma e não ver o papa. A arbitragem é o tópico mais apurado quando o assunto é futebol. Infelizmente, sempre visto como o causador da derrota deste ou daquele time.
Jogadores (regra 03),  dirigentes, torcedores e principalmente jornalistas esportivos não querem olhar o árbitro (regra 05) e seus assistentes (regra 06) como seres humanos que, durante uma partida de futebol, não conseguem ver tudo o que acontece no solo sagrado (campo de jogo - regra 01)  para sempre tomarem decisões corretas. Onde há um ser humano certamente haverá erro.
Quando um jogador erra um pênalti (regra 14), é criticado imediatamente pelo torcedor. Este mesmo torcedor logo esquece que seu time desperdiçou grande oportunidade de gol (regra 10). Agora, quando a arbitragem deixa de marcar um pênalti que na opinião deste torcedor foi cometido, a arbitragem passa a ser a principal causa da derrota do time.

Os cartolas (dirigentes, na linguagem futebolística) gastam até o que não podem para montar seus elencos e têm na arbitragem seu maior adversário. Sempre que derrotados logo comentam que o árbitro deixou de marcar uma penalidade máxima ou inventou uma, contra sua equipe. Consideram a arbitragem prejuízo financeiro (taxa de arbitragem) e de resultado (em caso de derrota). Esta opinião é exposta naturalmente nas entrevistas após jogo e no decorrer de toda semana que antecede a partida seguinte.
Treinadores e jogadores são outros que sempre se utilizam da arbitragem como bode expiatório para explicarem seus fracassos. Nunca a derrota veio por causa de uma escalação equivocada ou de um gol desperdiçado pelo atacante contratado a peso de ouro, um gol desperdiçado que vale a frase “até minha cozinheira faria este”!

Os jornalistas esportivos são indiretamente o combustível para a criação dos bodes expiatórios. São eles que através dos olhos frios das câmeras de televisão apontam os erros da arbitragem, erros humanos! Equivocadamente, a maioria dos jornalistas esportivos não tem o conhecimento apurado da Carta Magna do Futebol (livro de Regras). Pergunto: como alguém pode opinar sobre um assunto em que é leigo?

Por Valter Ferreira Mariano

23 de jul. de 2009

PROFISSÃO: “JUIZ DE FUTEBOL”

Poucas profissões são difamadas em escala equivalentes a de juiz de futebol.

Dificilmente um político, por exemplo, expõe-se ao coro de vaias da magnitude daqueles que explodem nos campos de futebol. O juiz de futebol como popularmente é chamado não pode se esconder, nem nas peladas ele é salvo, sem ele não há jogo. Ninguém fora do mundo arbitragem pode avaliar o grau de dificuldade que os árbitros enfrentam.

Foto: Collina venceu o troféu de melhor árbitro do mundo, atribuído pela IFHHS, em 1997, 1998, 2000, 2002, 2003, 2004 e 2005.

Cabe recordar que o juiz, membro do Poder Judiciário, não o árbitro de futebol, faz seu trabalho em um gabinete, com livros, revistas técnicas e arquivos de jurisprudências à sua disposição para consulta. As razões das partes em litígio estão no papel e são complementadas oralmente pelos respectivos advogados, durante as audiências. Suas decisões estão sujeitas a revisão em instâncias superiores (os tribunais), no todo ou em parte.

Isto é, se uma parte se julgar prejudicada, pode recorrer à instância superior para tentar mudar ou mesmo anular a sentença. E Sua Senhoria o árbitro de futebol? Ele trabalha sob sol, chuva ou neve, diante de grandes e irreverentes platéias. É obrigado a movimentar-se continuamente, de olho na bola e também nos 22 jogadores e ainda nos bancos de reservas para controlar as línguas afiadas de muitos técnicos. Sua decisão tem de ser instantânea. (A instantaneidade poderá cedo ou tarde ser exigida também dos demais juízes, se prosseguir a situação atual, de poucos juízes para montanhas de processos).

Não pode levar em conta o que dizem as partes, jogadores e torcedores exaltados. O juiz. Ou melhor, o árbitro é ele, certa ou errada a decisão que irá figurar na súmula é sua, de sua exclusiva responsabilidade. E não poderá ser modificada. Se o bom goleiro precisa de sorte, o árbitro muito mais. Já os críticos de arbitragem, podem ter a opinião do jogo contraria a do árbitro, pôr uma visão pouco confiável pelo grau de conhecimento destes críticos, que são na maioria leigos à regra do jogo, em outras oportunidades eles já estão sob efeito de bebidas alcoólicas, e age sempre com o coração deixando a razão de lado, e em caso de derrota de seu time a frase mais comum a ser ouvidas deles: “A culpa é sua, seu juiz ladrão.” Profissão: “Juiz de Futebol.”

“Juiz de futebol” texto readaptado da crônica escrita pelo Roque Citadini, colunista do jornal O Expresso.

22 de jul. de 2009

Histórias do polêmico Mario Vianna



Em campo, fazia de tudo: peitava, gritava, agredia até. Era seu jeito de se fazer respeitado por todos. Mário Gonçalves Vianna tinha 1.74 de altura e pesava 90 quilos de uma vitalidade que impressionava a todos que o conheceram. Mário Vianna foi de tudo um pouco: baleiro, engraxate, jornaleiro, empacotador de velas, fiscal da guarda civil, policia especial, juiz de futebol, técnico do Palmeiras, Portuguesa e São Cristovão, e finalmente, comentarista de arbitragem na Rádio Globo.

Sua excelente condição física foi adquirida na Policia Especial. E foi apitando peladas, que José Pereira Peixoto, um policial amigo, o convenceu a fazer um curso de árbitro para Liga Metropolitana onde ingressou como primeiro colocado de sua turma. Sua estréia oficial foi na partida de juvenis entre Girão de Niterói e São Cristovão. Neste jogo ele definiu o estilo que trataria de aperfeiçoar ao longo de sua carreira até torná-la uma espécie de marca pessoal: expulsou Mato Grosso, zagueiro do seu querido São Cristovão.

Maria Vianna com dois "nn" foi um das grandes figuras da arbitragem do futebol brasileiro. Na sua época era o melhor e participou dos muitos campeonatos internacionais.Depois da Copa do Mundo de 1954, quando Mario acusou a Fifa e corrupta ele foi expulso da arbitragem internacional. Passou a ser comentarista de arbitragem na Rádio Globo ao lado de Valdir Amaral e Jorge Cury.Apesar de polêmico era uma figura que tinha um bom coração. Na foto Mario Vianna aparece com a camisa da Federação Metropolitana de Futebol.

Desde então, começou a construir sua fama de juiz rigorosíssimo, destes que não perdem as rédeas da partida, mesmo nas situações mais adversas. Como naquele Botafogo e Flamengo em General Severiano. Mário Vianna expulsou jogadores do Flamengo, os torcedores não gostaram e começaram a atirar garrafas e pedras contra ele. E Mário não teve dúvidas: devolveu tudo para as arquibancadas.

Mário Vianna nunca foi homem de meias medidas. Foi responsável pela única expulsão de Domingos da Guia em onze anos de carreira. Também teve uma passagem com Nilton Santos no clássico Botafogo e Vasco. Atendendo a uma denuncia do bandeirinha, expulsou Nilton Santos que era um gentleman, por ofender o auxiliar. Mário achou estranho o caso e, nos vestiários pressionou o bandeirinha que terminou confessando que tinha mentido. Ele ficou sem graça, foi ao vestiário do Botafogo e pediu desculpas a Nilton Santos.

Segundo Mário Vianna, dois jogadores lhe deram muito trabalho: Heleno de Freitas e Zizinho. Heleno era irreverente, malicioso. Um dia, no campo do Vasco, tentou comprometer a arbitragem perante o publico, entregando um disco de bolero que o próprio Mário Vianna tinha pedido para o atacante do Botafogo trazer do Chile. O disco foi entregue na pista do estádio e diante do publico. No jogo, Heleno quis comandar a arbitragem e terminou expulso de campo.

Houve um jogador que, talvez por ser estrangeiro e desconhecer a fama de valentão de Mário Vianna, teve a infeliz idéia de desafiá-lo. Foi durante o jogo Itália e Suíça na Copa do Mundo de 1954. Inconformado com uma marcação do brasileiro, Boniperti partiu para cima do juiz aos empurrões. Mário Vianna aplicou-lhe um direto no queixo. Mandou que o carregassem para os vestiários e, ironicamente, disse para o massagista – Se ele tiver condições, pode voltar para o segundo tempo. Boniperti voltou bem mansinho.

Durante a Copa do Mundo de 1954, no jogo Brasil x Hungria, chamou o juiz Mr. Ellis e os dirigentes da FIFA, de “camarilha de ladrões”. Foi expulso do quadro de árbitros da entidade. Quando já era comentarista de arbitragem na Rádio Globo, quase perdeu o emprego por duas vezes. Na primeira, disse que o juiz Abraham Klein, além de judeu era ladrão. Os patrocinadores do programa eram, como Klein, judeus. Outra vez, numa mesa redonda na TV, sentiu-se asfixiado pela fumaça dos cigarros que os companheiros fumavam. E Mário Vianna desabafou – “Parem de fumar, isso é um veneno, polui os pulmões”. O patrocinador do programa era a Souza Cruz, fabricante de cigarros.

Como todo personagem folclórico, Mário Vianna também tinha o seu lado místico. Era espírita da linha Alan Kardec, rezava ao se deitar e se levantar. Alguns casos são conhecidos. Na Copa de 1970, era companheiro de quarto de Luis Mendes. Certa manhã ao se levantar, virou-se para o companheiro e disse – “Mendes, liga para tua casa porque seu irmão desencarnou”. Apavorado, Luis Mendes pegou o telefone, ligou para casa e ficou sabendo que seu irmão havia falecido naquela madrugada. Waldir Amaral conta que certa vez estava embarcando com Mário para São Paulo. E Mário advertiu – “Waldir esse avião vai pifar. Vamos esperar outro vôo”. – Que nada, Mário, deixe de besteiras – retrucou Waldir Amaral. Os dois embarcaram e quando o avião ia decolar, o motor enguiçou e o piloto foi obrigado a dar um cavalo de pau para não cair na baía da Guanabara.

Mário Vianna foi um homem de muitas histórias. Histórias colhidas ao longo de 38 anos de Policia Especial, 25 de árbitro e 22 de comentarista. Mário faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de outubro de 1989.

Fonte: Museu do esportes

17 de jul. de 2009

Mão na bola ou bola na mão?

Bola na mão?

Na sociedade futebolística, os termos ”mão na bola ou bola na mão”, tem o mesmo significado. Esta incapacidade de identificar corretamente a diferença entre duas situações por parte dos torcedores, treinadores, imprensa esportiva e principalmente os jogadores, provoca inúmeros protestos contra os árbitros (regra 05) quando esta infração é punida ou deixa de ser punida.

Podemos iniciar falando sobre o assunto, dando um exemplo de um jogador que se encontra numa “barreira” e um tiro livre direto (regra 13) é lançado e a bola bate em sua mão ou braço, que neste instante estava protegendo o seu rosto. Esta situação não deve ser interpretada como mão intencional e nenhuma infração deve ser marcada. Porém se ao invés de usar sua mão ou braço para proteger o seu rosto, este jogador eleva sua mão acima de sua cabeça, ampliando o seu corpo com a clara intenção de interromper a trajetória da bola, esta mão intencional deve ser punida com tiro livre direto ou penal se jogador estiver dentro da sua área penal (grande área).

Uma outra situação onde o jogador age sem prudência, buscando um dano, sem cautela, é quando sai para interceptar um cruzamento com ambos os braços totalmente estendido horizontalmente, ampliando o seu corpo e a possibilidade da bola bater em sua mão ou braço. Esta situação deve ser punida com tiro livre direto ou penal se o jogador estiver dentro da sua área penal.

Toda vez que a bola bater na mão ou braço, estando este rente ao corpo do jogador ou este se encontrar de costa para o lance ou ainda num bate e rebate a bola choca-se na mão ou no braço, o árbitro não deve interpretar como mão intencional, mesmo que esta ação provoque um desvio na trajetória da bola.

Recorda-se que a mão intencional é punida com tiro livre direto ou penal, se a infração for cometida dentro da área penal. Normalmente, não será aplicada uma advertência (cartão amarelo) ou uma expulsão (cartão vermelho).

"Veja o video: Anulado! Val Baiano marca, mas o juiz diz que o jogador empurrou a bola com a mão, aos 18 do 1º tempo. - Santo André x Barueri - dia 04/07/2009"
No entanto, será expulso o jogador que impeça com mão intencional um gol ou frustre uma oportunidade manifesta de gol. Essa punição não se deve à mão intencional, mas devido a intervenção inaceitável e antiesportiva que impede marcar um gol.

Porém existem duas circunstâncias nas quais, além de ser punido com tiro livre direto contra sua equipe, o jogador será advertido (cartão amarelo) quando tocar ou golpear deliberadamente a bola para evitar que o adversário a receba ou tentar marcar um gol usando sua mão ou braço.

Portanto sempre que ocorrer uma destas situações, tente visualizar se houve uma tentativa de obter uma vantagem ilícita e desta maneira saberá se o árbitro soube interpretar corretamente ou não esta situação de bola na mão ou mão na bola.

15 de jul. de 2009

Tribunal não (re)apita jogos


Na visão dos árbitros, prova de vídeo e Justiça não tiram a autoridade e nem inibem os donos do apito


Ser árbitro de futebol não é nada fácil. O “homem de preto” é o alvo preferido dos torcedores e, de um tempo para cá, vem sofrendo também nos tribunais, seja denunciado ou vendo sua atuação ser revista pelos procuradores e auditores através de provas de vídeo, e muitas vezes vendo a marcação em determinado lance ser alterada. Fato este que tem gerado discussão e polêmica, principalmente quando o juiz adverte o jogador.


Depois dos procuradores afirmarem que as denúncias por prova de vídeo não tiram a autoridade do árbitro em campo e nem que os tribunais estão (re)apitando os jogos, foi à vez dos árbitros dizerem o que pensam sobre o assunto.


Árbitro Fifa, o paulista Sálvio Spínola Fagundes Filho prefere não polemizar mais o assunto e vê de forma distinta a atuação de juizes e tribunais. “Não entendo que os tribunais estão passando por cima da decisão do árbitro e também não é um segundo árbitro. As instituições de arbitragem e os tribunais têm suas competências e são autônomas”, declarou, para opinar em seguida. “Desde que a Fifa permitiu a utilização de vídeos para coibir indisciplina e violência, sou a favor da utilização deste recurso e não me sinto atingido como árbitro”.


Questionado sobre a “nova hierarquia”, Spínola não titubeou. “O dono do apito é o árbitro. Decidimos por 17 regras e o tribunal está interferindo apenas em uma parte da regra 12 (condutas disciplinares)”, concluiu.


Para o também árbitro Wagner Tardelli, as provas de vídeo são totalmente plausíveis, desde que seja utilizada para coibir a violência no futebol. “Sou a favor da prova de vídeo sim, desde que seja para punir os jogadores e não os árbitros”, disse o juiz em defesa da classe, que também não se sente banalizada com a atuação dos tribunais sobreposta a uma decisão do árbitro em campo. “Quando a imagem serve para ajudar a prevenir e coibir a violência, ela é sempre bem-vinda. Não acho que o tribunal está sendo um segundo árbitro. Ele está agindo de forma correta, para o bem do futebol”.


As atuações dos árbitros são sempre alvos de críticas de torcedores e imprensa, no entanto, alguns jogadores e técnicos procuram se colocar do outro lado para entender o que acontece com um juiz durante os 90 minutos.


“O árbitro está muito acuado, porque ele não tem mais o direito de errar e nem de deixar passar algo desapercebido, pois agora tem o perigo de ser punido. Outro dia mesmo vi um árbitro pegar 60 dias de suspensão”, comentou o técnico Cuca, do Flamengo, antes de exclamar: “Eu não gostaria ser árbitro de jeito nenhum!”.


Os árbitros que se cuidem, pois as câmeras estão de olho, e os tribunais também, em tudo o que acontece dentro de campo.


Fonte: Raphael Petersen - justicadesportiva.com.br