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19 de abr. de 2012

SURGE O ÁRBITRO DE FUTEBOL


Vamos imaginar uma partida de futebol sem o árbitro (regra 05). Como seria disputada, haveria o fair play (Fair Play significa jogo justo, em português, e significa jogar limpo, ter espírito esportivo. O conceito de fair play está vinculado à ética no meio esportivo, onde os praticantes devem procurar jogar de maneira que não prejudiquem o adversário de forma proposital).entre os jogadores (regra 03)?

Árbitro português - Pedro Proença

Pois bem. Vamos voltar um pouco na nossa máquina do tempo e saber como surgi este personagem tão mal amado pela sociedade futebolística.

Desde a criação do esporte bretão, os jogadores eram os que acusavam as infrações (regra 12) cometidas. Acreditavam os ingleses no seu cavalheirismo, no fair play britânico. Mas como toda regra tem sua exceção, havia os espertinhos, os que não possuíam sangue azul, quando cometiam uma infração, os mesmo não acusava. E isso e tornou algo que feria a prática do esporte. Então, a solução do problema veio em 1871 com a criação do árbitro de futebol aquele que decidiria e apontaria as infrações cometidas dentro do solo sagrado (Campo de jogo – regra 01).

Os primeiros árbitros atuavam fora do campo de jogo e para sinalizar as infrações, se utilizavam de uma bandeira de cor vermelha, com 15 x 15 centímetros, porém esta bandeira não era tão eficaz, muitos jogadores alegavam que não viram a sinalização do árbitro, e assim seguiam na jogada, provocando mais tumultos e muitas paralisações para reclamar com a arbitragem.

Em 1881, o árbitro ganha um apito. Instrumento que, silvado, interrompia com mais facilidade a partida, agilizando o procedimento das cobranças das infrações, acabando com o aceno da bandeirola.

Em 1891, para evitar as constantes faltas, as faltas duras nos adversários, principalmente próxima à meta, com a clara possibilidade de consignar um gol (regra 10), cria-se o pênalti, para as infrações ocorridas na grande área (área penal). Pênalti é um tiro livre direto, cobrado de uma marca a 11 metros do centro do gol (regra 14).

No ano seguinte o árbitro ganha dois assistentes (regra 06), conhecidos popularmente como bandeirinhas, com a finalidade de diminuir e dividir as funções do árbitro durante a partida. Os árbitros assistentes passaram a ser mais úteis com o surgimento do impedimento (regra 11) em 1907.

Em 1894, uma resolução importante para o futebol: as decisões do árbitro passam a ser irrecorríveis, exceto quando este comete um erro de direito, que ocorre na má interpretação e aplicação das Leis do Jogo.

No atual contexto que envolve o futebol mundial, o árbitro tem que está sempre acima da média, passou a ser uma figura importante, pois uma decisão equivocada pode determinar a perda de um campeonato a um clube que investiu milhões de reais na formação do seu time.

Fonte: A origem do futebol – por Lucas Neto – material didático fornecido aos alunos durante o curso de arbitragem, 1996/1997, da Escola de Árbitros Flávio Iazzetti – Federação Paulista de Futebol.

Por Valter Ferreira Mariano
Foto: Reuters / Arquivo - site SIC Noticias


17 de abr. de 2012

LEANDRO BIZZIO MARINHO - HUMILDADE DE SER ÁRBITRO DE FUTEBOL


Nesta segunda (16) Leandro Bizzio Marinho esteve na cidade de Campinas/SP, passado um pouco de sua vida dentro do universo da arbitragem aos alunos do curso para árbitros de futebol promovido pela EAMAR – Escola de Árbitros Marco Antônio Ribeiro em parceria com a Liga Campineira de Futebol e RCF Eventos Esportivos.

LEANDRO BIZZIO MARINHO - SUCESSO ATRAVÉS DA HUMILDADE

 Foi uma resenha muito bacana, onde, Leandro falou do inicio de carreira nos campos de terra batida de São Paulo, seu começo na Federação Paulista de Futebol, algumas curiosidades e apertos, de alegrias e realizações, apesar de estar no quadro da CBF ainda quando possível volta as suas raízes atuando nos terrões da Copa Kaizer.

Demostrando um total conhecimento da Carta Magna (livro de regras) ele passou aos presentes a Regra 05 (Árbitro) do texto a dicas de posicionamento, da conduta dentro e fora do solo sagrado (campo de jogo – regra 01) e uns toques pessoais de como ele se sai em algumas situações difíceis.

Foi sem duvida uma noite agradável, pois Leandro mostrou a todos que para ser um árbitro de ponta não requer ser o dono da verdade, mas sim ser humilde e sempre renovar seus conhecimentos e passando adiante, nunca se apegar na sensação que é um árbitro Top, lembra, é apenas uma sensação.

A EAMAR, Liga Campineira de Futebol e RCF Eventos Esportivos, agradece ao Leandro pela resenha e desejamos muito sucesso dentro do universo da arbitragem de futebol.

Foto: Daniella Magalhães

12 de abr. de 2012

PALESTRA COM LEANDRO BIZZIO MARINHO - ÁRBITRO FPF/CBF


Nesta segunda feira (16) as 19h00min no auditório da Liga Campineira de Futebol, palestra com o árbitro Leandro Bízzio Marinho do quadro da Federação Paulista de Futebol e da CBF, onde o mesmo vai falar da sua carreira bem como sobre a regra 05 (árbitro), esta palestra é aberta aos árbitros de Campinas e região, bem como aos esportistas, imprensa e pessoas ligadas ao futebol profissional e não profissional.

LEANDRO BIZZIO MARINHO - DIREITA DO JULIO CESAR


O auditório da Liga Campineira de Futebol fica a Avenida Prefeito Faria Lima, 345, Parque Itália - Campinas – SP (perto do Hospital Dr. Mario Gatti), (19) 3272-8099 – 3272-5573.

Sua presença será indispensável, pois o conhecimento a ser passado e muito valioso para o desenvolvimento não só da arbitragem como na formação de dirigentes com novas atitudes.                                                                    

11 de abr. de 2012

Amor ou renda extra? O que leva um jovem a optar pela carreira de árbitro de futebol?


GISELLE DUTRA

Quando um árbitro entra no gramado de um estádio de futebol, as sonoras vaias vêm à tona e os xingamentos após a primeira marcação de infração contra a equipe de coração dos torcedores presentes coloca uma dúvida na cabeça de qualquer pessoa que não é do meio esportivo:

“Por que o jovem escolhe ser árbitro de futebol?”

Saber que esses “simples” xingamentos podem virar agressões, ameaças ou perseguições não servem para inibir o jovem da opção por se tornar árbitro de futebol. Tão pouco o amadorismo e as condições precárias que algumas federações do país ainda oferecem como falta de uma boa preparação, falta de segurança, vestiários sem um mínimo de conforto, clubes que não oferecem nem água para a equipe de arbitragem, etc...

As dificuldades para um iniciante são enormes: As mensalidades nos cursos não são baratas, o prazo médio de formação durante o curso está em torno de um ano, podendo chegar aos dois anos. E ainda, algumas das federações possuem estratégias de atualização dos árbitros e suas comissões de ensino agendam reuniões ou provas para testar frequentemente os seus conhecimentos.

A preparação física ainda é o fator que deixa um maior número de bons árbitros pelo caminho, pois os índices do teste físico são bastante exigentes, mas ainda assim, todos os anos as turmas que oferecem formação sempre estão lotadas e os olhos brilhantes em busca de um futuro promissor na arbitragem!

O Árbitro de Futebol no Brasil está sempre na mira dos torcedores apaixonados e críticos do esporte mais praticado em um país com mais de 170 milhões de habitantes... Uma verdadeira paixão nacional!

Não é fácil mesmo, mas também quem disse que eles esperam facilidade?

Uma das primeiras frases que o árbitro escuta em um curso de formação é: “-Você vai errar, mas procure não errar de modo que possa interferir no resultado da partida!”.

Pois é, ele se encontra como mediador do espetáculo e no dia seguinte muitas das vezes o seu nome nem é lembrado por grande maioria que assistiu à partida... Ruim? Que nada! Muito pelo contrário, não ser lembrado é comemorado por muitos que buscam o ápice na arbitragem!

Pode soar estranho, pois muitos leigos julgam que quando a pessoa escolhe ser árbitro é porque ela quer aparecer, pois é justamente o inverso, o que ele menos quer nesse momento é aparecer, pois isso pode lhe garantir muitas e muitas outras escalas!

Parar à frente de um computador e buscar através da internet se o seu nome consta lá na escala é um hábito que o árbitro começa a cultivar desde os seus tempos de aluno, quando ele começa a ser escalado como quarto árbitro ou árbitro assistente, porém e o medo de não ser escalado? Quando o seu nome não está lá, será que é por que tem alguém contra ele, ou ele não atuou bem no jogo anterior? Pode ser isso, ou não... Pode ser também pelo simples fato de existirem muitos árbitros no quadro, o que é a grande realidade das federações do país...

Então se busca um diferencial, atuar bem, de maneira segura, com bom posicionamento em campo, sintonia entre toda a equipe escalada é fundamental, sem cometer falhas grotescas e acima de tudo ter muita postura e esta postura é cobrada em todos os momentos, seja com os colegas ou com os clubes, antes, durante ou depois dos jogos, pois ela deverá ser uma grande aliada durante todo o tempo de carreira!

Mas por que isso tudo, se além de toda a cobrança ainda não há a profissionalização da atividade pelo mundo a fora? É necessário ter uma profissão para a garantia do seu futuro, pois podem vir às lesões, os fracassos nos testes físicos ou a escassez de escalas...

Em pesquisa realizada com cento e cinquenta árbitros de futebol, foi levantada a seguinte questão: “-O que o levou a optar por ser um Árbitro de Futebol?”.

Desde jovens árbitros até os mais experientes, entre homens e mulheres, o resultado foi que 98% (noventa e oito por cento) deles responderam que era o AMOR PELO ESPORTE e apenas 2% (dois por cento) disseram que seria pelo fato de obter uma renda extra.

Pois é, eis aí o grande motivo para o jovem escolher ser árbitro de futebol e não pensem que se trata de jogadores frustrados como muitos insistem em anunciar, nada disso... Grande maioria deles até jogaram como amador, porém não tinham pretensão de se profissionalizar como jogadores de futebol, porém quando tiveram a oportunidade de participar de uma partida compondo uma equipe de arbitragem, se apaixonaram e não largaram mais a atividade! Salvo algumas exceções...

Extremante positivo o resultado da pesquisa, pois sabemos que aqueles que entram em campo para arbitrar uma partida, seja em uma pelada, treino ou jogo de profissionais, pensando apenas na taxa que lhe vai ser oferecida, não têm futuro muito promissor, pois realmente é preciso gostar de exercer esta atividade, porque se não for desta forma o árbitro está fadado ao fracasso, isto é fato!

Árbitro Central – Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, formada na Universidade Salgado de Oliveira, Mora em São Gonçalo/RJ natural de Niterói Nasceu em 20 de Outubro de 1980.

É O ÚLTIMO HOMEM!


O dialeto da sociedade futebolística tem algumas frases que não expressam a verdadeira face do fato, como, por exemplo, a frase “é o último homem tem que ser expulso!”. O texto da Regra é claro e não descreve nada à referida frase.

A Carta Magna é composta por dezessete regras, dentre elas uma se refere à punição máxima, um grande castigo: a expulsão de um jogador (cartão vermelho).

Para esclarecer a frase “é o ultimo homem tem que ser expulso!”, o texto da Regra 12 descreve que toda vez que um jogador comete uma infração punível com tiro livre direto ou indireto justamente para impedir uma oportunidade manifesta de marcar um gol à equipe adversária, o mesmo será expulso.

São duas ocasiões puníveis com expulsão que se relacionam com o ato de impedir ou tentar impedir uma oportunidade clara de marcar um gol. E não é necessário que a infração ocorra dentro da área penal (grande área).

Uma delas ocorre quando um jogador impede um gol ou uma oportunidade clara ao tocar intencionalmente a bola com a mão. Essa punição não se deve a ação de o jogador tocar intencionalmente a bola com a mão, mas pela intervenção desleal e inaceitável de impedir que um gol seja consignado.

A outra ocorre quando um jogador, ao invés do uso da mão, se utiliza de uma falta, dando um pontapé, uma rasteira, um tranco, um empurrão, uma entrada (carrinho) tocando o adversário antes da bola ou segurando-o pela camisa ou por qualquer outra parte do corpo, impedindo assim a conclusão da oportunidade clara de gol.

Entretanto se o árbitro (Regra 05) aplica a vantagem durante uma oportunidade clara de gol e o tento é marcado diretamente, mesmo que o adversário toque a bola com a mão ou cometa uma falta, o jogador infrator não será expulso, e sim advertido (cartão amarelo).

Para definir se o jogador deverá ser expulso o árbitro deve considerar as seguintes circunstâncias:

• A distância entre a infração e o gol (meta);
• A probabilidade de manter ou controlar a bola;
• A direção do jogo;
• Localização e o numero de defensores;
• A infração que impede um adversário de marcar um gol pode constituir uma falta punível com um tiro livre direto ou indireto.

Assim podemos afirmar que a expulsão do jogador não ocorreu por ser último homem e sim por ter ferido a regra 10 - O Gol MARCADO - que é único objetivo do jogo.

Por Valter Ferreira Mariano