A sociedade futebolística será genuinamente democrata somente com a alfabetização dos meios de comunicação através da Carta Magna do futebol, pois sua influência é decisiva na opinião dos fãs deste esporte. Porém, para que isso ocorra, a mídia esportiva deverá condenar abertamente a crucificação dos erros de arbitragem de forma mais consistente do que faz, anulando o paradoxo que o árbitro se faz presente no solo sagrado para beneficiar uma das equipes, valorizando o ser humano – o árbitro – como o alicerce desta sociedade.
Sinto que a mídia esportiva vem se abrindo, de forma mais generosa, quando um erro de arbitragem é flagrado pelo olho frio da câmera de televisão, nos diversos ângulos. Os comentários têm sido feitos de forma ponderável, onde a visão do árbitro é também comentada, assim passando aos fãs as duas versões do lance registrado. Esta atitude é apenas uma gota d’água; todavia, uma gota d’água move um oceano, já é um começo.
Neste cenário, uma iniciativa de alfabetizar a mídia é a única via a uma sociedade futebolística mais justa e sustentável. A difusão do livro de regras, dos conceitos, das instruções, diretrizes de arbitragem, certamente colocará um fim no paradigma cultural que o árbitro é o vilão das partidas de futebol.
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