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30 de jul. de 2009

Sindrome de Burnout em Árbitro de Futebol

Dr. Marta Aparecida Magalhães de Sousa

Na arbitragem de futebol, sempre se ouve falar: Tal árbitro não conseguiu passar no teste físico, não foi bem em tal partida ou caiu o rendimento, mas pouco se ouve dizer a respeito dos motivos que conduziram a tais acontecimentos. Essas situações podem conduzir o árbitro a desistir dos treinos de forma efetiva e eficaz, pois ele se sente esgotado tanto no aspecto físico, quanto psíquico e social. A esse esgotamento damos o nome de síndrome de burnout.

Os autores Weinberg e Gould (2001) conceituam a Síndrome de Burnout nos esportes como sendo uma resposta psicofisiológica de esgotamento exibida como resultado de esforços freqüentes, às vezes extremos e, geralmente, ineficazes para satisfazer demandas excessivas de treinamento e competições.

No caso específico da arbitragem de futebol, já se ouve falar em Síndrome de Burnout, pois os que se dispõem a vestir a camisa da Arbitragem de Futebol, atuam também em outras atividades paralelas. Diante de um estado de exaustão no trabalho, os árbitros deixam de lado até as próprias necessidades. O estresse aparece no contexto do trabalho, sendo que a qualidade deste fica comprometida pela relação estabelecida entre o árbitro e a sua Federação. Essa queda de rendimento pode ser um sinal de que o árbitro está sendo acometido pela síndrome do burnout em sua fase inicial e isso agrava ainda mais a pressão sobre o mesmo.

Nesse momento, o árbitro necessita realizar uma arbitragem correta, porém a impossibilidade de atuar certeiramente, só aumenta a tensão, e aparece um erro atrás do outro, sempre na tentativa de acertar, ele erra. Com isso, o resultado positivo não aparece, o rendimento começa a cair - os treinos passam a ser desmotivados e instala-se a Síndrome do Burnout, e essa situação quando começa a se repetir, termina na desistência de tudo que o motivou até então, no “Quadro da Arbitragem”.

Por isso é imprescindível o trabalho do Psicólogo Esportivo, que além de ajudar a identificar suas dificuldades, auxilia a ampliação da consciência no que se referem às suas limitações, experiências, competências e habilidades esportivas, promove medidas profiláticas durante a atuação do atleta, e mobiliza instrumentos valiosos no sentido de favorecer respostas ao ser humano como um todo.

Este fato ressalta a necessidade do trabalho mental atrelado ao trabalho físico e técnico, dos possíveis ajustamentos criativos, e de encontrar prazer na prática esportiva, além de pertencer a um grupo de escuta, e acolhimento, deixando de lado os diversos motivos que podem levar um árbitro ao esgotamento e conseqüentemente aos erros na sua prática.

Smith (1986) afirma que a Síndrome do Burnout é mais freqüente em atletas de esportes individuais, por serem mais competitivos, de alta exigência física e psicológica, devido à natureza repetitiva e monótona dos treinamentos, além de menor suporte social dos companheiros de treinamento.

Muitos dos aspectos que compõe o universo da arbitragem, em conjunto com o trabalho psicológico, ajudam de forma relevante os árbitros a traçarem algumas estratégias para um desempenho mais adequado, e ao mesmo tempo a prevenir mal estar, síndromes, e patologias de qualquer natureza.

Por último, é fundamental que os próprios árbitros conheçam seus limites, e de posse de sua singularidade, sejam capazes de gerar respostas confiáveis e corretas perante as diferentes atribuições de sua vida.

Nota: Este artigo foi escrito pela Dra. Marta Aparecida Magalhães de Sousa, Psicóloga, Clínica-Escolar-Esportiva, CRP 06/24.728-1.

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