O árbitro de futebol (regra
05) tem um papel muito importante, pois cabe a ele aplicar as regras, e de
certa maneira, passa ter autoridade sobre tudo e todos que estão relacionados
ao jogo. O problema é que muitos árbitros não conseguem arcar e nem entender
este “poder” e acabam comprometendo muitos jogos perdendo-se dentro de própria
autoridade. Isso conduz à falta de esportividade e, muitas vezes, até de
educação.
O papel do árbitro é
ingrato; ele corre mais do que os jogadores (regra 03), tempo todo. Este
intruso que ofega sem descanso e tem como recompensa a sociedade futebolística
exigindo sua cabeça. Do princípio ao fim de cada partida, ele é obrigado a
seguir a bola (regra 02) que vai e vem entre os pés alheios. É evidente que
adoraria brincar com ela, mas não lhe é permitido. Quando a bola, por acidente,
bate em seu corpo, todo mundo lembra sua mãe. Pelo simples fato de estar ali,
no solo sagrado (campo de jogo – regra 01) de grama ou de terra batida onde a
bola gira e voa, ele aguenta insultos, vaias, pedradas, maldições e
infelizmente agressões físicas.
Raramente toma uma decisão
que coincide com a vontade de todos e nunca consegue provar sua inocência. Os
derrotados perdem por causa dele e os vitoriosos ganham apesar dele. O árbitro
é o álibi de todos os erros, explicação para todas as desgraças e a sociedade
futebolística teria que inventá-lo se ele não existisse.
O árbitro trabalha
juntamente com dois assistentes (regra 06) chamados, na linguagem
futebolística, de bandeirinhas. Os bandeirinhas ajudam, mas não mandam, olham
de fora. Eles ficam nas linhas laterais do campo (regra 01) para facilitar o
trabalho do árbitro do jogo. Outra pessoa que o auxiliar e o quarto árbitro e
na sua ausência, ele conta com o observador o chamado “mesário”, comum nos
campeonatos da várzea, que ficara responsável pela parte administrativa da
partida.
A Carta Magna do Futebol é
simples, porém somente aquele que consegue enxergar através de seu espírito
poderá ver o verdadeiro papel do árbitro. Como nós ele é simplesmente um ser
humano.
Por Valter Ferreira Mariano
Foto: árbitra BarikisuSalifu - Tamale Port, Northern, Ghana
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