Muitos estudiosos contemporâneos estão discursando sobre humanizar o futebol, pois a necessidade de “civilizar”, tornar mais sociável o esporte das multidões é fundamental para que grandes empresas se tornem parceiras de clubes e de atletas.
No Brasil, já temos alguns clubes com departamentos de psicologia estruturados para apoiar a comissão técnica nas relações interpessoais com seus atletas (regra 03), mas pouco se tem observado a preocupação com aquele indivíduo responsável por fazer cumprir a Carta Magna do futebol (livro de regras), o árbitro (regra 05). Já que os clubes estão buscando o mais alto rendimento de seus atletas e do ambiente esportivo, por que não pensar também no fator emocional dos árbitros de futebol?
O futebol moderno se tornou um espetáculo composto pelos jogadores, mas é imprescindível a presença dos árbitros em competições esportivas, seja em qualquer modalidade e suas atuações devem ser precisas e objetivas para levar a partida até o final com competência e sob muita pressão. Mesmo após uma partida realizada, é incomum o árbitro de futebol ter uma vida social normal, pois o seu “universo” sempre tem alguém ligado ao futebol, um simples aperto de mão a um diretor de um clube pode causar transtornos irreparáveis a sua carreira, e muitas vezes, este será envolvido em um processo com clubes e/ou imprensa, como este árbitro se sente?
• Injustiçado
• Zangado
• Triste
• Ansioso
Para função de árbitro ou árbitros assistentes (regra 06) é necessário um bom preparo tanto físico, quanto psicológico para que os mesmos possam tomar decisões importantes em pouco tempo. Por estas conclusões, pode-se considerar que a arbitragem é uma função muito estressante e ainda mais preocupante, por ser uma segunda ocupação, pois todos têm uma ocupação principal.
A mídia é uma das mais responsáveis pelo grande desrespeito dos torcedores pelos árbitros, pois poucos jornalistas estão preparados para comentar lances decisivos, por não saberem as regras do jogo, já que seu objetivo é vender jornais ou aumentar a audiência em rádios e emissoras de televisão, deixando o “espírito esportivo” de lado e sempre sobrando para o árbitro, pois mesmo agindo com firmeza e sendo discreto, nos lances interpretativos, haverá quem discorde, por opinião própria ou por interesses comerciais.
O estresse começa com a inter-relação do indivíduo com o meio ambiente, onde há uma desestabilização psicofísica, ou seja, é uma soma de respostas físicas e mentais causadas por estímulos externos e internos.
Mas também tem um importante papel no desempenho de atividades esportivas e no aumento da capacidade física, raciocínio e concentração, através das alterações no organismo, todavia, se tornando crônico, poderá afetar o sistema biológico do indivíduo. Este, frente a uma situação de perigo, prepara o corpo para fugir ou lutar, como o árbitro estar condicionado a levar a partida até o final com competência, de forma imparcial e justa, as respostas para o estresse vêem através de efeitos comportamentais, pois seu corpo e sua mente irão lutar contra todos os fatores externos e internos para ter um excelente desempenho no campo de jogo.
Em uma partida de futebol, para o árbitro e seus assistentes, alguns fatores estressantes, são:
• Condição física
• Agressividade de jogadores e torcidas
• Más condições de trabalho
• Relacionamento com a equipe de arbitragem
• Insegurança nas regras do jogo
• Jogo “em casa” ou “fora de casa”
• Situações psicológicas adversas ao bom desempenho do jogo.
Com estes e outros fatores físicos e mentalmente estressantes presentes na arbitragem, podem aparecer efeitos negativos sobre o organismo, como:
• O acúmulo de estresse, causando a pressão mental e consequentemente os erros.
• Um evento traumático, que deixará uma experiência emocional desagradável duradoura na mente.
• Efeitos negativos, como: ansiedade, desatenção, não domínio do jogo.
• Diminuição da qualidade de vida, do prazer e realização pela arbitragem.
Combater o estresse não se pode ter um método isolado, e sim, uma combinação de fatores, pois o que funcionará pra um, poderá não funcionar para outro, por isso é imprescindível o acompanhamento por um profissional qualificado para identificar as condições físicas e mentais causadoras do estresse negativo, podendo ser controlado para motivar e melhorar o desempenho dentro das quatro linhas.
Mas para todos, vale a dica:
• Dieta saudável
• Exercícios regulares
• Técnicas de relaxamento
Identifique os agentes estressores, programe suas prioridades para combatê-los, estude as regras do jogo, visualizando sempre as situações difíceis que poderá acontecer e mantenha o senso de humor, sempre.
ESTRESSE, NÃO!
Por: Professor Mauro Viana
Texto original extraído do site: Esporte & Saúde – crônicas e reflexões
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