Falar de futebol e não
difamar a arbitragem é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa. A arbitragem é o
tópico mais apurado quando o assunto é futebol. Infelizmente, sempre visto como
o causador da derrota deste ou daquele time.
Jogadores (regra 03),
dirigentes, torcedores e principalmente jornalistas esportivos não querem olhar
o árbitro (regra 05) e seus assistentes (regra 06) como seres humanos que,
durante uma partida de futebol, não conseguem ver tudo o que acontece no solo sagrado
(campo de jogo - regra 01) para sempre tomarem decisões corretas. Onde há um
ser humano certamente haverá erro.
Foto: Árbitro brasileiro
Wilson Seneme está na lista dos 52 árbitros pré-selecionados para a Copa de
2014
Quando um jogador erra um
pênalti (regra 14), é criticado imediatamente pelo torcedor. Este mesmo
torcedor logo esquece que seu time desperdiçou grande oportunidade de gol
(regra 10). Agora, quando a arbitragem deixa de marcar um pênalti que na
opinião deste torcedor foi cometido, a arbitragem passa a ser a principal causa
da derrota do time.
Os cartolas (dirigentes, na
linguagem futebolística) gastam até o que não podem para montar seus elencos e
vê a arbitragem como seu maior adversário. Sempre que derrotados logo comentam
que o árbitro deixou de marcar uma penalidade máxima ou inventou uma, contra
sua equipe. Consideram a arbitragem prejuízo financeiro (taxa de arbitragem) e
de resultado (em caso de derrota). Esta opinião é exposta naturalmente nas
entrevistas após jogo e no decorrer de toda semana que antecede a partida
seguinte.
Treinadores e jogadores são
outros que sempre se utilizam da arbitragem como bode expiatório para
explicarem seus fracassos. Nunca a derrota veio por causa de uma escalação
equivocada ou de um gol desperdiçado pelo atacante contratado a peso de ouro,
um gol desperdiçado que vale a frase “até minha cozinheira faria este!”.
Os jornalistas esportivos
são indiretamente o combustível para a criação dos bodes expiatórios. São eles
que através dos olhos frios das câmeras de televisão apontam os erros da
arbitragem, erros humanos! Equivocadamente, a maioria dos jornalistas
esportivos não tem o conhecimento apurado da Carta Magna do Futebol (livro de
Regras). Pergunto: como alguém pode opinar sobre um assunto em que é leigo?
Por Valter Ferreira Mariano
Foto: UOL Esporte
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