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Palestra para Seleção Brasileira de FutSal |
“Você pode trazer seu apito
e sua bandeira, mas se não trouxer sua coragem e sua força, é bom ficar em
casa” (Kelly Nutt - 1987)
O árbitro (regra 05) é o
elemento imprescindível e fundamental numa partida (regra 07), sem ele não é
possível realizar um jogo, uma vez que ele é aquele que regula e aplica as
condutas e regras.
No esporte cada um tem sua
função, aos atletas cabe buscar a vitória e impedir que o adversário o faça e
ao árbitro cabe contribuir para a evolução do jogo, intervindo o mínimo
possível, só devendo fazer quando houver infrações técnicas, pessoais e disciplinares
(regra 12), evitando tornar-se o foco da
atenção, e a autoridade.
Muitas vezes arbitrar um
jogo pode ser desafiante e recompensador, outras vezes pode fazer com que o
árbitro se sinta frustrado e até injustiçado. Por isso o árbitro deve aprender
a lidar com as alegrias e tristezas que sua função pode acarretar. Quando
falamos de competições o assunto envolve emoção e paixão e, nesse contexto,
nenhum erro é aceitável, se algo não ocorre do modo esperado todos culpam
prontamente a arbitragem, em contrapartida, quando o jogo flui bem poucas
pessoas notam a presença do árbitro.
Arbitrar um jogo significa
muito mais do que simplesmente marcar faltas, significa conhecer profundamente
a Carta Magna do Futebol (livro de regras) e atuar sobre elas de forma justa e
com igualdade de condições: não se esqueça de que um erro pode significar
frustrações e perda de confiança para quem se empenhou tanto.
Para uma arbitragem ideal é
necessária além da condição física e do conhecimento das regras, capacidade psicológica
adequada, entretanto, muitas vezes os fatores psicológicos são deixados de
lado, as pessoas que cercam o meio esportivo acreditam que os árbitros são
máquinas programadas para nunca errar, se esquecem de que eles são pessoas e
com isso podem passar por dificuldades.
Poucos árbitros acabam
dedicando algum tempo para desenvolver suas capacidades psicológicas, é o que
separa os bons árbitros dos demais, e a somatória das diversas características:
conhecimento das regras, a condição física e as competências psicológicas, ou
seja, o sucesso ou insucesso dos árbitros está diretamente ligado com sua
condição física e psicológica para desempenhar seu papel.
Os árbitros de alto nível
têm qualidades em comum como a confiança, a comunicação, a capacidade de
decisão e julgamento, a atenção, integridade entre outras, essas qualidades
podem ser desenvolvidas com a prática se houver empenho máximo para que isso
ocorra e, essa prática faz com que o árbitro torne-se melhor e consiga atuar
com mais alegria, tirando maior prazer de sua função. (Weinberg &
Richardson - 1991).
Os árbitros muitas vezes
experimentam uma perturbação interior e, mesmo acabado o jogo, ficam a remoer
decisões que tomou no decorrer da partida, é normal que essas dúvidas
permaneçam e os árbitros devem aprender a lidar com elas. Lembre-se: “Só há um
tipo de pessoa que nunca arbitra mal... é quem nunca arbitra”. (Vitor Reis -
1999).
Algumas pessoas acreditam
que arbitrar um jogo é fácil, mas, correr para todos os lados com um apito na
boca e concentrado pronto para parar o jogo e dizer a um atleta que ele cometeu
uma violação é uma das tarefas mais difíceis no esporte. Uma boa arbitragem
facilita o desenrolar do jogo e assegura que o resultado dependa unicamente das
capacidades e desempenho dos jogadores, já uma má arbitragem diminui o prazer
do jogo.
Para (Loher - 1983) assim
como o desportista bem preparado, os árbitros devem apresentar as seguintes
características: confiança pessoal, otimismo, capacidade de controle, de manter
a calma sob pressão, de se concentrar no presente e determinação nas tomadas de
decisão.
Em resumo, os árbitros têm
quatro responsabilidades principais: (Weinberg & Richardson - 1991).
-
Assegurar que o jogo decorra de acordo com as regras do esporte;
-
Interferir o menos possível, sem tornar-se o foco da atenção;
-
Estabelecer uma atmosfera agradável às pessoas que assistem a competição;
-
Mostrar preocupação com os desportistas.
Psicóloga Melissa Voltarelli
Titulo original Psicologia
no futebol