Blog voltado para divulgação das 17 regras da Carta Magna do Futebol
3 de dez. de 2009
Lei que profissionaliza árbitros será votado início de 2010
13/11/2009 - Em meio à crise causada pelos seguidos erros de arbitragem no Brasileirão, os homens de preto têm algo a comemorar: o sonho em ter seu ofício reconhecido voltou a ter tons de realidade. Há sete anos na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que regulamenta a profissão de árbitro de futebol deve ser levado a votação no início de 2010.
A retomada foi fruto da união entre a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) e o deputado federal Edinho Bez (PMDB-SC). Se aprovada, a lei protegerá legalmente os juízes, garantindo, entre outros direitos, carteira assinada e acesso à Previdência Social.
Para Jorge Paulo Alves, presidente da Anaf, a mudança dará a
segurança de que os árbitros precisam:
– Hoje, ele é um mero prestador de serviços para a CBF. Ele pode estar atuando em um dia; no outro, não mais. Não se pode ter uma vida programada em termos profissionais, mesmo trabalhando em um futebol altamente rentável.
O presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (CONAF), Sérgio Corrêa, não quis comentar o projeto. Segundo o assessor da CBF, Rodrigo Paiva, "a entidade desconhece essa situação."
O estranhamento à notícia tem explicação: o deputado Bez fez questão de não procurar a CBF. Segundo ele, a entidade ainda não mereceu o contato por conta de seu descaso com a arbitragem brasileira.
– Ouvi todo mundo, menos a CBF. Ela não participa de nada na arbitragem, não orienta, não dá instrução. Só escolhe. Ela não está preocupada. É uma vergonha. Somente depois irei procurar a CBF – disparou.
Ricardo Teixeira Presidente da CBF disse que só em 2009 a entidade gastou R$ 1 milhão em investimentos na melhoria da arbitragem, quantia que inclui cursos de campo e seminários que contaram com a participação de árbitros de todos os estados do País.
O Presidente do Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Saperj), Jorge Rabello, alertou para outros problemas além do reconhecimento da profissão.
– Não é por causa disso que, amanhã, os árbitros não irão mais errar. É preciso criar uma estrutura. Aí está o grande problema da arbitragem. Precisamos de um projeto – opinou.
Fonte: LANCEPRESS!
Paulo César de Oliveira está entre os melhores árbitros do País
26/11/2009 - Além de jogadores e técnicos, a CBF também premia os melhores árbitros do Campeonato Brasileiro, e também neste quesito, o futebol paulista segue muito bem representado. Na edição de 2009, os três melhores são o paranaense Héber Roberto Lopes, o gaúcho Leonardo Gaciba e o paulista Paulo César de Oliveira.
Aos 35 anos, o já experiente árbitro aponta esta indicação como uma recompensa pelo trabalho. “Recebi a notícia de que estava entre os três com bastante alegria, pois este foi um ano de muita dedicação, especialmente na parte física, desde a pré-temporada realizada antes do Campeonato Paulista”, destacou.
Além disso, para Oliveira, estar entre os três melhores era o que faltava para concluir a boa temporada que viveu. “Este ano foi de retomada ao cenário internacional. Apitei Copa Libertadores da América, Eliminatórias para a Copa do Mundo e essa indicação é a coroação de tudo isso que aconteceu”, afirmou.
Paulo César: “Estou muito contente com a indicação, mas claro que quero ganhar”
Apesar de ser reconhecidamente um dos melhores árbitros do País, Paulo César apontou uma dificuldade para estar entre os melhores. “São muitos times paulistas na Série A do Campeonato Brasileiro, então acabamos apitando jogos de times de outros estados e isso nos deixa longe especialmente da mídia de São Paulo. Por isso fiquei até surpreso com a indicação”, garante.
Estar entre os três, porém, não é o suficiente. “A minha expectativa é que possa ter recebido mais votos”, brinca. “Mas temos que destacar o trabalho do (Leonardo) Gaciba e principalmente do Héber (Roberto Lopes) que foi muito regular o ano todo”, opinou, antes de manifestar a sua torcida. “Estou muito contente com a indicação, mas claro que quero ganhar”, disse bem-humorado.
Quem também festejou a inclusão do nome de Paulo César de Oliveira entre os melhores foi o o presidente da Comissão Estadual de Arbitragem, Coronel Marcos Marinho. “Lógico que é fruto do trabalho individual dele, mas é também resultado dentro de campo daquilo que fazemos diariamente, e por isso nos deixa bastante satisfeitos”, afirmou Marinho.
Fonte: http://eptv.globo.com - Com informações da Federação Paulista de Futebol.
Fonte: Cooperativa de trabalho dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo - COAFESP
1 de dez. de 2009
Sobre Boleiros e Apitadores, Tolerância e Vocação
Não há local, temporalidade ou sazonalidade para a discussão que envolva arbitragem de futebol. Tudo é, sem dúvida, paixão. Paixão em algo profissional, onde os próprios dirigentes se tornam apaixonados torcedores e urram difamando contra adversários e até mesmo partem para o incentivo a agressão.
Esse sentimentalismo misturado ao profissionalismo levam a certos conformismos no imaginário popular e na literatura do futebol. Nesse ano, por diversas vezes, ouvi o ótimo jornalista Wanderley Nogueira, da Rádio Jovem Pan, massificar que “dizer que o juiz roubou, no futebol, tem outra conotação“. Sim, é verdade, embora seja incômoda tal afirmação. Os “roubos” popularmente conhecidos, que nada mais são do que os erros de uma partida de futebol, sem intenção ou previa disposição de prejuízo a outrém, acontecem. Assim como um goleiro falha e acaba tomando os “frangos”, usando da mesma literatura futebolísitca popular. Idem para o centroavante que na cara do gol erra o chute e desperdiça o gol da vitória. E também para o treinador que escala mal ou realiza uma substituição equivocada.
De fato, o futebol é um esporte de erros e acertos, onde a sua condição de “esporte” tem sido substituída por “jogo”. É a relação distinta entre o jogar e o disputar, o “play” x “game”. E isso tem trazido a intolerância em muitos casos.
Voltemos aos erros dos árbitros e jogadores. Quem erra mais? Um atacante erra mas o torcedor tem esperança que na próxima jogada ele acerte. O árbitro erra e o torcedor eterniza o erro como determinante para a derrota da sua equipe.
Já imaginaram quantas vezes um árbitro e um jogador erram ou acertam numa partida?
Talvez esse seja um desafio interessante: quantas decisões um árbitro toma numa partida de futebol? Foi falta ou não? Foi escanteio ou tiro de meta? É lateral? Para quem? Cartão Amarelo ou Vermelho? Quanto de acréscimos?
Leve em conta o número de decisões a serem tomadas em segundos, sem o auxílio de uma TV, suado, cansado, desconfortavelmente em muitos casos, que um árbitro toma, por exemplo, num lance de falta próximo à área penal:
1- Foi falta; ou o jogador caiu sozinho por força da jogada; ou simulou?
2- Se foi falta, haverá vantagem ou não?
3- Se não vantagem, o lance foi dentro da área ou fora? Se dentro é pênalty, se fora é tiro direto.
4- Se foi falta mesmo, foi por imprudência, ação temerária ou uso de força excessiva?
5- Simplesmente marco a falta, aplico uma advertência verbal, aplico o cartão amarelo ou o cartão vermelho?
6- Ôpa: permito a rápida cobrança ou é prudente mandar esperar o apito para uma eventual formação de barreira?
Cronometre o tempo que você leu essas possibilidades de tomadas de decisões e tente cronometrar numa partida de futebol o tempo real que o árbitro tem para pensar e decidir sobre tudo isso.
Vamos ao comparativo com os jogadores: a preparação física, mental / motivacional e a questão sobre remuneração.
- Jogadores de grandes equipes têm à sua disposição: preparador físico, fisiologista, fisioterapeuta, médico, podólogo, nutricionista, psicólogo e palestras motivacionais. Treinam em horários e dias específicos. Hospedam-se em bons hotéis e sempre que possível (de SP a P.Prudente, por exemplo) viajam de avião. Recebem, se time grande, entre R$ 200.000,00 a R$ 300.000,00/ mês. Milhões de brasileiros torcem por eles.
- Árbitros que apitam jogos de grandes equipes: preparam-se por conta própria; esforçam-se na contratação de personal trainer e plano de saúde bancado do próprio bolso. Treinam ou de dia, de noite ou no almoço; ou quando puderem! Viajam de carro ou ônibus normalmente na madrugada ou no mesmo dia dos jogos. Recebem, se FIFA, R$ 2.800,00. A família e amigos são sua torcida.
Leve em conta que o árbitro tem sua vida profissional no dia-a-dia paralela ao futebol; para o jogador, a vida profissional e o dia-a-dia são o futebol. Considere ainda a não frequência em escalas, pressões e torcida contrária que o árbitro sofre. Antes dele entrar em campo já é questionado, mesmo se ilustre desconhecido.
Confidencio uma experiência própria: meu pai, apaixonado por futebol, tempos atrás resolveu ir assistir a uma partida da série A2 em que eu estava escalado. Foi por conta própria, comprou seu ingresso na bilheteria, misturou-se na torcida e ali permaneceu, aguardando o início do jogo, como único e legítimo torcedor do árbitro. Imediatamente a entrada do quarteto de arbitragem em campo, um senhor idoso que sentava ao seu lado, acompanhado do netinho, gritava: juiz ladrão, safado, vai morrer… o garotinho, sem papas na língua, emendava: seu fdp, não vai roubar aqui, sem vergonha… e o vovô todo orgulhoso! Meu pai cutucou o velhote e perguntou: o senhor conhece o juiz? E ele: nunca vi na vida… Após o jogo, e depois de muitos xingamentos, novamente meu pai o abordou: o que senhor achou do juiz? E o vovô: apesar de todo juiz ser safado, até que esse foi bem. Com confiança, meu pai disse: ele é meu filho, e tenho certeza que não é ladrão. E a sabedoria do velho: Parabéns ao seu filho, suportar um velho chato como eu que até ensinei meu netinho a xingar o juiz, é para vocacionados.
É esse o termo: vocacionado! O árbitro que ganha 1% do salário de um atacante que divide na área com o zagueiro e que deve em segundos analisar inúmeras hipóteses e marcar ou não o pênalty que decide o campeonato, é, de fato, um abnegado! Apesar de todos os contras, sabe e gosta do que faz. Com a TV contrária a ele, com a torcida e os jogadores o tendo como inimigo (logo ele, que é responsável por defender as regras e o fair play), mesmo assim ama apitar futebol (e tal narrativa acontece à maioria dos árbitros).
Senhores dirigentes, um pouquinho mais de compaixão e tolerânica com os árbitros em 2010. Os papais e as mamães, filhos e filhas dos árbitros agradecerão!
Nota: Materia acima foi extraida do blog do Prof. Rafael Porcari, a companhe outras materias interessantes neste blog.
26 de nov. de 2009
O árbitro e o guarda de trânsito
4 de nov. de 2009
O vilão do futebol
È nele que será cravado o motivo de sua derrota, sem perdão, a vitória não veio por causa dele. Foi ele quem expulsou o jogador que deu um pontapé no adversário sem esta a bola em disputa (regra 12 – o jogador será expulso se for culpado de conduta violenta) aos 10 minutos do primeiro tempo, cuja expulsão comprometeu todo esquema tático estipulado pelo treinador antes do tiro de saída (regra 08).
A busca de camuflar o péssimo desempenho da equipe reflete nos berros do treinador que não consegue extrair o que fora passado pela sua preleção antes do jogo, mais o erro dos jogadores não são fatais, sim os erros do árbitro, este veste camisa, calção, meia e chuteiras, porém a ele não é permitido tocar na bola, sendo assim não poderá fazer gol ou defender um possível gol.
Será nele que os dirigentes despejaram um caminhão de culpa, não importa que seu jogador fosse expulso de acordo com a regra do jogo, o árbitro não poderia ter comprido está regra, pois através deste ato foi causador da derrota e por este motivo merece se surrado.
Todos os parágrafos acima são relatos de uma situação vivida por um árbitro que milita no futebol não profissional na cidade de Campinas interior do Estado de São Paulo, onde após esta expulsão o jogo virou um verdadeiro inferno. Ao termino do primeiro tempo, o campo de jogo (regra 01) foi invadido por vários torcedores da equipe que teve o jogador expulso, onde um deles disse com a maior natureza do mundo – “lembra de mim, na final do veterano eu quebrei sua cara, hoje vou quebrar você no meio, não importa se meu time ganhar ou perde, você vai sai daqui direto para Mário Gatti” – para quem não é de Campinas, Mário Gatti é o Hospital Municipal.
Próximo do termino da partida, cujo placar já era de dois x zero contra a equipe do jogador expulso no inicio, este mesmo torcedor saiu da arquibancada e juntamente com vários outros torcedores iniciaram uma caminhada em direção do portão de acesso ao campo de jogo, porém um milagre aconteceu do nada, um espectador que não tinha nada haver com o jogo geraram uma briga contra estes torcedores, desviando toda atenção direcionada a equipe de arbitragem que por sua vez encerrou o jogo e saiu de fininho por um portão de acesso ao córrego que passa ao lado do campo.
Milagre ou não isso é inadmissível esta situação. Se a sociedade futebolista acolhe pessoas com este espírito, o futebol estará com sua essência condenado a morte e refém de pessoas sem coração e qualquer respeito pelo semelhante. O futebol amador de Campinas está condenado a ficar sobe jurisdição de pessoas sem o espírito empregado pelo Barão Coubertin “O importante não é vencer, mas competir com dignidade”.
Nota 01: Os nossos mais sinceros protesto de repudio pelo acontecimento a partida entre Flamengo do Jd. Santa Mônica x Unidos do Jd. Eulina, partida valida pela quarta de finais do Campeonato Amador da Campinas.
Nota 02: Deixamos os nossos protestos de estima, consideração e reconhecimento pela pessoa idônea e amiga que é o árbitro desta partida: Sr. Paulo César da Silveira, conhecido pela sociedade futebolística de Campinas como PC.
23 de out. de 2009
Os leigos são os árbitros
19 de out. de 2009
- Gol com tabela entre… as Bolas!
Por incrível que possa parecer, isso aconteceu duplamente na partida Sunderland X Liverpool, pela Premier League, neste final de semana! Na oportunidade, na hora em que o goleiro do Liverpool defenderia um chute a gol, uma segunda bola foi jogada em campo; esta bateu na bola que iria ser defendida, desviou-a e entrou na meta! Detalhe: o árbitro, erroneamente, não considerou a bola como um corpo estranho mas como um corpo neutro, e validou o gol. Erro grosseiro…
Veja o lance, clicando em: http://videos.sapo.pt/ZMR90G6sOSljv5FV9jFH
Na imagem da primeira câmera, você nem percebe a segunda bola; mas nos outros dois ângulos, você se assusta com o desconhecimento da Regra do Jogo por parte do quarteto de arbitragem!
Fonte: blog do professor Rafael Porcari
13 de out. de 2009
O QUE VENHA A SER FAIR PLAY?
O fair play é simplesmente jogo limpo. Tem sua origem na sociedade aristocrática européia, e foi muito difundido pelo Barão Pierre de Coubertin idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
O conceito de jogar limpo representa a essência de qualquer esporte. O futebol como o principal esporte praticado no mundo não pode ficar sem esta essência, pois ela representa valores como à honra e a lealdade, o respeito pelos adversários e pela arbitragem, pelos companheiros e por si próprio.
O respeito total pelas regras, princípios e códigos de conduta, obedecendo ao principio da justiça e renunciando a vantagem ilícita. Assim o futebol seria como uma "escola de cidadania", ensejando a oportunidade de aprender que o sucesso é obtido não apenas através do desejo e da perseverança, mas também que é consagrado unicamente através da honestidade e da justiça.
Os praticantes têm possuir alma alva, lavada com o fair play. O futebol exige, no mínimo, que os praticantes joguem com respeito total e constante pelas regras, nunca devem esquecer de que os árbitros têm mais experiência e uma visão muito melhor de que está acontecendo dentro do jogo. Como os jogadores, os árbitros farão erros do tempo ao tempo. Estes devem ser aceites. Sem um árbitro não há nenhum jogo de futebol. Seus esforços devem ser respeitados e problemas ser compreendidos.
6 de out. de 2009
Paradinha nos pênaltis com dias contados
25 de set. de 2009
Olho frio da câmera de televisão
2 de set. de 2009
O HERÓI DA VÁRZEA
Eles geralmente deixam o aconchego de seus lares, nos domingos, antes dos primeiros raios de sol, mal tomam o café da manhã e já correm para não perder a primeira condução, e tudo isso para chegar sempre no horário, antes das equipes, nos campos de futebol espalhados por este Brasil à fora.
São pessoas simples, porém dedicadas. Depois de vestirem a surrada roupa de árbitro e calçarem o velho par de chuteiras, digo de passagem, muito bem engraxadas, lá vão eles pra enfrentarem as mais diversas situações que uma partida de futebol pode proporcionar.
Uma boa parte destes “homens de preto” se quer concluiram o ensino básico ou até mesmo nem possui um diploma de curso de arbitragem de futebol. Apitam de coração. Com a coragem. Com a educação recebida dos pais, educação esta que resume à honestidade e ao respeito ao próximo. Do princípio de nunca prejudicar ou cometer injustiça.
São eles, sempre presentes nos campos de grama ou sem, de terra batida ou esburacado, com ou sem alambrados, com pequenos balaústres ou uma simples corda para separar a torcida enlouquecida querendo sempre o seu “couro”.
Campos estes localizados nas periferias das grandes cidades, em lugares em que até mesmo a polícia pensaria duas ou mais vezes antes de visita-los.
São estes árbitros que farão nas mentes dos futebolistas de fins de semana a alegria ou a tristeza. Pois a vitória veio apesar deles. E a derrota veio por causa deles.
Pessoas humildes, seres humanos, porém são árbitros de futebol. Verdadeiros heróis dos campos de futebol da várzea.
Valorizando os estudos e buscando novos desafios...
Acredito que consegui de várias maneiras, primeiro tendo como foco minha formação na arbitragem, depois adquirindo respeito dos colegas de profissão e de todo meio que envolve o mundo da bola, era uma obstinação. Apesar de muitos insinuarem que perdi todo respeito conquistado quando fui à primeira árbitra a fazer um nu artístico. O que não é verdade, a vaidade e necessidade de demonstrar “poder”, utilizou de um trabalho honesto para prejudicar o outro, reflexo de uma sociedade machista, preconceituosa e hipócrita. Aceitamos políticos corruptos, mas somos incapazes de aceitar uma mulher séria, correta, competente, guerreira e corajosa em sua atividade de trabalho após ter desenvolvido outro sem demérito algum para sua profissão. Isso sem contar os critérios de avaliação aos erros que são levados em conta entre A e B, sendo que os das mulheres são hipervalorizados. Mas enfim essas situações acontecem em qualquer lugar, apenas temos que aprender e conviver com elas lamentavelmente. Ah! Detalhe a culpa é sempre do profissional.
Mas voltando, como é gratificante o reconhecimento do público, mas o principal e eterno a conquista de fãs e admiradores por este mundo a fora. Sei que muitos me querem de volta aos gramados, isso fica evidente em cada mensagem, em cada pessoa que encontro. Fico muito feliz e honrada.
No passado sempre me diziam que estava fora do foco, estranho já que dediquei uma vida a arbitragem. Passei a pensar em mim, no inicio deste ano quando por motivos de saúde não fui aprovada nas provas físicas e me vi obrigada a assistir o paulistão pela Televisão ou na arquibancada, então resolvi priorizar a faculdade, família e vida social. Confesso a todos vocês que perdi um pouco o “tesão” de atuar profissionalmente, quando olho pra trás vejo que sou realizada, pois fiz tudo que foi possível fazer na qualidade arbitra assistente feminino no futebol masculino, uma das façanhas que guardo com carinho é de ter conseguido bandeirar dois jogos da Copa Libertadores da America em 2005. Não imaginei que iria tão longe. Obrigada Sr. Armando Marques e todos aqueles que contribuíram para este feito. Então amigos, digo que agora vou concluir os estudos, valorizar os que me valorizam e encarar novos desafios. E ajudar sempre os que precisam de mim.
12 de ago. de 2009
O inimigo da Paixão
7 de ago. de 2009
A CRIANÇA E O ÁRBITRO DE FUTEBOL
Árbitro Paulo Pereira - Portugal |
Logo podemos visualizar a chegada do terceiro estágio na vida futebolística da criança, onde sua consciência do caráter arbitrário passa para a necessidade de uma cooperação mútua entre os competidores, resultando na obrigatoriedade de respeitar as regras do jogo.
Como jogador, a criança passa ver um novo personagem: o árbitro de futebol. Para ela este homem de preto representa a lei, sem ele não há jogo, nele será depositado toda a confiança e respeito. O árbitro será visto como indispensável, infalível e incorruptível. Neste estágio a função do árbitro será de um educador, transmitindo as crianças todo seu conhecimento e desenvolvimento da noção das regras do jogo de futebol.
Também neste estágio o árbitro terá sua melhor escola de aprendizagem para ser um árbitro respeitado. Ele passará por um verdadeiro vestibular, ou seja, passará pelo crivo dos pais. Emoção e o coração estarão sempre à frente de qualquer crítica feita por um pai a um árbitro.
Por Valter Ferreira Mariano
5 de ago. de 2009
Errar Não é Nenhum Crime. É uma faceta do ser humano.
4 de ago. de 2009
ÁRBITRO OU MESTRE DE BATERIA DE ESCOLA DE SAMBA
3 de ago. de 2009
A morte súbita dos árbitros
Contudo, temos dois bons exemplos de que tais pessoas, com toda estas parafernália eletrônica, vendo e revendo as imagens, ainda sim dão veredicto errados.
No dia seguinte, a verdade – numa imagem feita por uma emissora que por acaso estava gravando cenas da torcida para um documentário a pedido da Fifa. Tal imagem revelou que o árbitro estava correto. Pênalti claro: Júnior Baiano agarrou e puxou o adversário dentro da área. Tarde demais, a sentença já estava dada, o árbitro estava voltando a seu país. No entanto, não houve qualquer pedido de desculpas por parte daqueles que o condenaram, ficou no esquecimento.
Difícil é enxergar
O outro exemplo vem da Taça Libertadores, o mais importante torneio de clubes da América. Não me lembro do adversário do São Paulo, porém recordo muito bem do lance: uma reposição de bola por tiro de meta. Executado com um chute forte do goleiro adversário, a bola chegou ao atacante completamente livre, entre ele e a linha de fundo só havia Rogério Ceni. Então vem a voz do narrador, aos gritos: "O bandeirinha está louco, está impedido, burro, burro, este bandeira está maluco, impedimento claro".
A partida seguiu normalmente. Em todas as participações do tal bandeira, voltava o comentário de "burro". Ao se aproximar o fim da primeira etapa, veio do nada o comentário: "Naquele lance do impedimento o bandeira estava correto, pois a bola veio de uma cobrança de tiro de meta, sendo assim não há impedimento". Mesmo reconhecendo o erro, ninguém pediu desculpas por chamar o bandeira de "burro". Mais uma vez a sentença estava dada.
Com estes dois exemplos podemos ver o quanto a arbitragem em nossos tempos está exposta a comentários destrutivos, sem a visão do árbitro, sem a visão do espírito do jogo. Os erros de arbitragem sempre existiram, hoje até com mais freqüência, por causa das inúmeras câmeras e recursos tecnológicos, e mostrar o erro da arbitragem exaustivamente rende ibope.
Isso não é justo. É fácil sentar numa cadeira em frente a um monitor de televisão e dar opiniões – seja na imprensa esportiva, falada, escrita e televisionada. Difícil é enxergar com os olhos da arbitragem.
Alfabetização da mídia
Sinto que a mídia esportiva vem se abrindo, de forma mais generosa, quando um erro de arbitragem é flagrado pelo olho frio da câmera de televisão, nos diversos ângulos. Os comentários têm sido feitos de forma ponderável, onde a visão do árbitro é também comentada, assim passando aos fãs as duas versões do lance registrado. Esta atitude é apenas uma gota d’água; todavia, uma gota d’água move um oceano, já é um começo.
Neste cenário, uma iniciativa de alfabetizar a mídia é a única via a uma sociedade futebolística mais justa e sustentável. A difusão do livro de regras, dos conceitos, das instruções, diretrizes de arbitragem, certamente colocará um fim no paradigma cultural que o árbitro é o vilão das partidas de futebol.
31 de jul. de 2009
Pessoas extras no campo de jogo
Podemos seguir como exemplo um jogador que foi expulso, a partir do momento da sua expulsão ele passa a ser um agente externo. Se ao sair do solo sagrado (campo de jogo - regra 01) o mesmo decide retornar ao campo de jogo, o árbitro (regra 05) deve paralisar o jogo, ainda que não de imediato se este não interfere, o árbitro deve solicitar sua imediata saída do campo de jogo e de seus arredores e a partida será reiniciada com bola ao chão (regra 08) no lugar onde a bola se encontrada quando a partida foi paralisada*.
Se um funcionário da equipe entra no campo de jogo, o árbitro deve paralisar o jogo (ainda que não imediatamente se o funcionário da equipe não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada), o árbitro deve solicitar sua imediata saída do campo de jogo e, seu comportamento é irresponsável, o árbitro deve expulsá-lo do campo de jogo e de seus arredores. Se a partida foi paralisada por este motivo ela será reiniciada com bola ao chão no lugar onde a bola se encontrava quando a partida foi paralisada*
Se um jogador que se encontra fora do campo de jogo, para colocar em ordem ou retirar um equipamento (regra 04), para ser tratado de uma lesão ou sangramento, porque tem sangue em seu uniforme ou por qualquer outra razão, com a permissão do árbitro, e retornar ao campo de jogo sem a permissão do árbitro, a partida se paralisada (ainda que não imediatamente se o jogador não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada) o árbitro advertirá o jogador por entrar no campo de jogo sem permissão e ordenará que saia do campo e a partida será reiniciada com um tiro livre indireto a favor da equipe adversária do lugar onde a bola se encontrava quando o jogo foi paralisado*, se não há nenhuma outra infração de acordo com a Regra 12 – (faltas e incorreções).
Se um jogador acidentalmente cruza uma das linhas demarcatórias do campo de jogo, não se considera que ele cometeu uma infração. O ato de sair do campo de jogo pode ser considerado parte de um movimento de jogo.
Se um substituto ou um jogador substituído entra no campo de jogo sem permissão, o árbitro deve paralisar o jogo (não imediatamente se o jogador em questão não interfere no jogo ou se uma vantagem pode ser aplicada) e este o jogador será advertido com cartão amarelo por conduta antiesportiva e deixará o campo de jogo, Se o árbitro paralisa o jogo, esse deve ser reiniciado com um tiro livre indireto a favor da equipe adversária do lugar onde a bola se encontrava quando o jogo foi paralisado*.
Se um Gol foi marcado com uma pessoa extra dentro do campo de jogo, o árbitro percebe, antes de reiniciar o jogo, deve anular o gol se a pessoa extra é um agente externo e interferiu no jogo. Agora se esta pessoa extra é um jogador, um substituto, um jogador substituído ou funcionário da equipe que marcou o gol o árbitro deve validar o gol se a pessoa não interferiu no jogo. O gol será valido se a pessoa extra é da equipe que sofreu o gol.
* Circunstâncias especiais – regra 08: Uma bola ao chão para reiniciar a partida, depois que o jogo foi temporariamente paralisado, dentro da área de meta, é executada na linha da área de meta paralela à linha de meta, no ponto mais próximo do lugar onde se encontrava a bola quando o jogo foi paralisado.
30 de jul. de 2009
Sindrome de Burnout em Árbitro de Futebol
Dr. Marta Aparecida Magalhães de Sousa |
Um aspirante, a renovação e o respeito merecido.
O BODE EXPIATÓRIO
23 de jul. de 2009
PROFISSÃO: “JUIZ DE FUTEBOL”
22 de jul. de 2009
Histórias do polêmico Mario Vianna
Em campo, fazia de tudo: peitava, gritava, agredia até. Era seu jeito de se fazer respeitado por todos. Mário Gonçalves Vianna tinha 1.74 de altura e pesava 90 quilos de uma vitalidade que impressionava a todos que o conheceram. Mário Vianna foi de tudo um pouco: baleiro, engraxate, jornaleiro, empacotador de velas, fiscal da guarda civil, policia especial, juiz de futebol, técnico do Palmeiras, Portuguesa e São Cristovão, e finalmente, comentarista de arbitragem na Rádio Globo.
Sua excelente condição física foi adquirida na Policia Especial. E foi apitando peladas, que José Pereira Peixoto, um policial amigo, o convenceu a fazer um curso de árbitro para Liga Metropolitana onde ingressou como primeiro colocado de sua turma. Sua estréia oficial foi na partida de juvenis entre Girão de Niterói e São Cristovão. Neste jogo ele definiu o estilo que trataria de aperfeiçoar ao longo de sua carreira até torná-la uma espécie de marca pessoal: expulsou Mato Grosso, zagueiro do seu querido São Cristovão.
Maria Vianna com dois "nn" foi um das grandes figuras da arbitragem do futebol brasileiro. Na sua época era o melhor e participou dos muitos campeonatos internacionais.Depois da Copa do Mundo de 1954, quando Mario acusou a Fifa e corrupta ele foi expulso da arbitragem internacional. Passou a ser comentarista de arbitragem na Rádio Globo ao lado de Valdir Amaral e Jorge Cury.Apesar de polêmico era uma figura que tinha um bom coração. Na foto Mario Vianna aparece com a camisa da Federação Metropolitana de Futebol.
Desde então, começou a construir sua fama de juiz rigorosíssimo, destes que não perdem as rédeas da partida, mesmo nas situações mais adversas. Como naquele Botafogo e Flamengo em General Severiano. Mário Vianna expulsou jogadores do Flamengo, os torcedores não gostaram e começaram a atirar garrafas e pedras contra ele. E Mário não teve dúvidas: devolveu tudo para as arquibancadas.
Mário Vianna nunca foi homem de meias medidas. Foi responsável pela única expulsão de Domingos da Guia em onze anos de carreira. Também teve uma passagem com Nilton Santos no clássico Botafogo e Vasco. Atendendo a uma denuncia do bandeirinha, expulsou Nilton Santos que era um gentleman, por ofender o auxiliar. Mário achou estranho o caso e, nos vestiários pressionou o bandeirinha que terminou confessando que tinha mentido. Ele ficou sem graça, foi ao vestiário do Botafogo e pediu desculpas a Nilton Santos.Segundo Mário Vianna, dois jogadores lhe deram muito trabalho: Heleno de Freitas e Zizinho. Heleno era irreverente, malicioso. Um dia, no campo do Vasco, tentou comprometer a arbitragem perante o publico, entregando um disco de bolero que o próprio Mário Vianna tinha pedido para o atacante do Botafogo trazer do Chile. O disco foi entregue na pista do estádio e diante do publico. No jogo, Heleno quis comandar a arbitragem e terminou expulso de campo.
Houve um jogador que, talvez por ser estrangeiro e desconhecer a fama de valentão de Mário Vianna, teve a infeliz idéia de desafiá-lo. Foi durante o jogo Itália e Suíça na Copa do Mundo de 1954. Inconformado com uma marcação do brasileiro, Boniperti partiu para cima do juiz aos empurrões. Mário Vianna aplicou-lhe um direto no queixo. Mandou que o carregassem para os vestiários e, ironicamente, disse para o massagista – Se ele tiver condições, pode voltar para o segundo tempo. Boniperti voltou bem mansinho.
Durante a Copa do Mundo de 1954, no jogo Brasil x Hungria, chamou o juiz Mr. Ellis e os dirigentes da FIFA, de “camarilha de ladrões”. Foi expulso do quadro de árbitros da entidade. Quando já era comentarista de arbitragem na Rádio Globo, quase perdeu o emprego por duas vezes. Na primeira, disse que o juiz Abraham Klein, além de judeu era ladrão. Os patrocinadores do programa eram, como Klein, judeus. Outra vez, numa mesa redonda na TV, sentiu-se asfixiado pela fumaça dos cigarros que os companheiros fumavam. E Mário Vianna desabafou – “Parem de fumar, isso é um veneno, polui os pulmões”. O patrocinador do programa era a Souza Cruz, fabricante de cigarros.
Como todo personagem folclórico, Mário Vianna também tinha o seu lado místico. Era espírita da linha Alan Kardec, rezava ao se deitar e se levantar. Alguns casos são conhecidos. Na Copa de 1970, era companheiro de quarto de Luis Mendes. Certa manhã ao se levantar, virou-se para o companheiro e disse – “Mendes, liga para tua casa porque seu irmão desencarnou”. Apavorado, Luis Mendes pegou o telefone, ligou para casa e ficou sabendo que seu irmão havia falecido naquela madrugada. Waldir Amaral conta que certa vez estava embarcando com Mário para São Paulo. E Mário advertiu – “Waldir esse avião vai pifar. Vamos esperar outro vôo”. – Que nada, Mário, deixe de besteiras – retrucou Waldir Amaral. Os dois embarcaram e quando o avião ia decolar, o motor enguiçou e o piloto foi obrigado a dar um cavalo de pau para não cair na baía da Guanabara.
Mário Vianna foi um homem de muitas histórias. Histórias colhidas ao longo de 38 anos de Policia Especial, 25 de árbitro e 22 de comentarista. Mário faleceu no Rio de Janeiro no dia 16 de outubro de 1989.
Fonte: Museu do esportes
17 de jul. de 2009
Mão na bola ou bola na mão?
Bola na mão? |
15 de jul. de 2009
Tribunal não (re)apita jogos
Ser árbitro de futebol não é nada fácil. O “homem de preto” é o alvo preferido dos torcedores e, de um tempo para cá, vem sofrendo também nos tribunais, seja denunciado ou vendo sua atuação ser revista pelos procuradores e auditores através de provas de vídeo, e muitas vezes vendo a marcação em determinado lance ser alterada. Fato este que tem gerado discussão e polêmica, principalmente quando o juiz adverte o jogador.
Depois dos procuradores afirmarem que as denúncias por prova de vídeo não tiram a autoridade do árbitro em campo e nem que os tribunais estão (re)apitando os jogos, foi à vez dos árbitros dizerem o que pensam sobre o assunto.
Árbitro Fifa, o paulista Sálvio Spínola Fagundes Filho prefere não polemizar mais o assunto e vê de forma distinta a atuação de juizes e tribunais. “Não entendo que os tribunais estão passando por cima da decisão do árbitro e também não é um segundo árbitro. As instituições de arbitragem e os tribunais têm suas competências e são autônomas”, declarou, para opinar em seguida. “Desde que a Fifa permitiu a utilização de vídeos para coibir indisciplina e violência, sou a favor da utilização deste recurso e não me sinto atingido como árbitro”.
Questionado sobre a “nova hierarquia”, Spínola não titubeou. “O dono do apito é o árbitro. Decidimos por 17 regras e o tribunal está interferindo apenas em uma parte da regra 12 (condutas disciplinares)”, concluiu.
Para o também árbitro Wagner Tardelli, as provas de vídeo são totalmente plausíveis, desde que seja utilizada para coibir a violência no futebol. “Sou a favor da prova de vídeo sim, desde que seja para punir os jogadores e não os árbitros”, disse o juiz em defesa da classe, que também não se sente banalizada com a atuação dos tribunais sobreposta a uma decisão do árbitro em campo. “Quando a imagem serve para ajudar a prevenir e coibir a violência, ela é sempre bem-vinda. Não acho que o tribunal está sendo um segundo árbitro. Ele está agindo de forma correta, para o bem do futebol”.
As atuações dos árbitros são sempre alvos de críticas de torcedores e imprensa, no entanto, alguns jogadores e técnicos procuram se colocar do outro lado para entender o que acontece com um juiz durante os 90 minutos.
“O árbitro está muito acuado, porque ele não tem mais o direito de errar e nem de deixar passar algo desapercebido, pois agora tem o perigo de ser punido. Outro dia mesmo vi um árbitro pegar 60 dias de suspensão”, comentou o técnico Cuca, do Flamengo, antes de exclamar: “Eu não gostaria ser árbitro de jeito nenhum!”.
Os árbitros que se cuidem, pois as câmeras estão de olho, e os tribunais também, em tudo o que acontece dentro de campo.