Páginas

24 de out. de 2012

BANDEIRINHA DE FUTEBOL.


Árbitra assistente Renata Marsal
Bandeirinha de futebol. Fascinante esta função! Correr pela lateral do campo, do lado de fora, no vai-e-vem, procurando sempre assistir ao seu companheiro, a sua senhoria, o árbitro. Uma função importante, sobretudo, quando o árbitro interrompe a partida e vai consultá-lo sobre o impedimento do atacante ou mão na bola dentro ou fora da área. Da sua boca sai à sentença – seja ela qual for. É mais do que um momento de glória. É um momento de verdade.

Acima descrevemos um pouco da função do árbitro assistente, também chamado na língua futebolística de “bandeirinha”. A sua função esta descrita na regra de nº 06, do livro de regras, ou seja, na Carta Magna do futebol.

Com a evolução constante do futebol, as tarefas do árbitro assistente tornam-se ainda mais importante, na medida em que o ritmo do jogo e o condicionamento físico dos atletas foram aumentando, a sua responsabilidade também foi ampliada.

O posicionamento, a comunicação e a cooperação, são fatores importantes para bom desempenho do árbitro assistente.

O árbitro assistente deve ter sua concentração focada simplesmente na partida, principalmente na marcação de impedimento (regra nº 11) e na obrigação de alertar o árbitro (regra nº 05) para as situações de que este não se apercebe. Deve demonstrar confiança e coragem em todas as decisões, especialmente naquelas que ocorrem dentro da área penal (campo de jogo – regra nº 01).

Um ótimo preparo físico é indispensável. Hoje planilhas de treinamentos são elaboradas especialmente para o árbitro assistente, diferentemente a ser seguida pelo árbitro. Estes treinos específicos descrevem muito as situações vividas durante uma partida de futebol, e assim a condição de acompanhar a jogada será uniforme até o final da mesma.

A utilização da bandeira continua ser a principal forma de comunicação entre o assistente e o árbitro. Assim sendo, este sinal deve ser de forma clara e segura, não é permitido levantar ou abaixar o instrumento rapidamente, sem que o árbitro veja este sinal e o entenda corretamente. Levantar e abaixar no meio do caminho a bandeira, ou seja, “pescar”, é uma postura de falta de concentração e gera duvida em futuras ações do árbitro assistente.

O árbitro assistente tem que saber que é humano, por sua natureza e passivo de erro. No entanto, somente com muito trabalho e dedicação, conhecimento das regras e observações nas atuações de seus companheiros, que os erros serão mínimos durante a partida.

Nota 1: O primeiro parágrafo é um resumo do texto "A verdade e a glória", de Carlos Heitor Cury.

Nota 2: “Ser árbitro é, antes de mais nada, uma norma moral”, frase do amigo e ex-instrutor da Federação Paulista de Futebol, Gustavo Caetano Rogério.

Por Valter Ferreira Mariano

18 de out. de 2012

Vídeo: Fatores que podem atrapalhar árbitro assistente (regra 06) nas suas tomadas de decisão.


Reportagem exibida no dia 18/03/2012 pela Rede Globo, no programa Esporte Espetacular, sobre ilusões sensoriais e perceptivas que podem atrapalhar o assistente na tomada de decisão de impedimentos (regra 11).


17 de out. de 2012

Mão na bola ou bola na mão?


Na sociedade futebolística, os termos “mão na bola ou bola na mão”, tem o mesmo significado. Esta incapacidade de identificar corretamente a diferença entre duas situações provoca inúmeros protestos contra os árbitros (regra 05) quando esta infração (regra 12) é punida ou deixa de ser punida.

Podemos iniciar o assunto, dando um exemplo de um jogador que se encontra numa “barreira” e um tiro livre direto (regra 13) é lançado e a bola bate em sua mão ou braço, que neste instante estava protegendo o seu rosto. Esta situação não deve ser interpretada como mão intencional e nenhuma infração deve ser marcada. Porém se ao invés de usar sua mão ou braço para proteger o seu rosto, este jogador (regra 03) eleva sua mão acima de sua cabeça, ampliando o seu corpo com a clara intenção de interromper a trajetória da bola, esta mão intencional deve ser punida com tiro livre direto ou penal (regra 14) se jogador estiver dentro da sua área penal (grande área).

Outra situação onde o jogador age sem prudência, buscando um dano, sem cautela, é quando sai para interceptar um cruzamento com ambos os braços totalmente estendido horizontalmente, ampliando o seu corpo e a possibilidade da bola bater em sua mão ou braço. Esta situação deve ser punida com tiro livre direto ou penal se o jogador estiver dentro da sua área penal.

Toda vez que a bola bater na mão ou braço, estando este rente ao corpo do jogador ou este se encontrar de costa para o lance ou ainda num bate e rebate a bola choca-se na mão ou no braço, o árbitro não deve interpretar como mão intencional, mesmo que esta ação provoque um desvio na trajetória da bola.

Recorda-se que a mão intencional é punida com tiro livre direto ou penal, se a infração for cometida dentro da área penal. Normalmente, não será aplicada uma advertência ou uma expulsão.

No entanto, será expulso o jogador que impeça com mão intencional um gol (regra 10) ou frustre uma oportunidade manifesta de gol. Essa punição não se deve à mão intencional, mas devido a intervenção inaceitável e antiesportiva que impede marcar um gol.

Porém existem duas circunstâncias nas quais, além de ser punido com tiro livre direto contra sua equipe, o jogador será advertido quando tocar ou golpear deliberadamente a bola para evitar que o adversário a receba ou tentar marcar um gol usando sua mão ou braço.

Portanto sempre que ocorrer uma destas situações, tente visualizar se houve uma tentativa de obter uma vantagem ilícita e desta maneira saberá se o árbitro soube interpretar corretamente ou não esta situação de bola na mão ou mão na bola.

Nota: Neste ultimo domingo (14) dois lances chamaram atenção por ser semelhante porem com visão diferente pelo árbitro destas partidas, Fluminense x Ponte Preta – Atlético x Sport, veja os vídeos e dê acordo com que você pode observar no texto acima tire sua conclusão deixando um comentário.






Por Valter Ferreira Mariano

9 de out. de 2012

DUAS BOLAS EM JOGO,. QUAL É A DECISÃO CORRETA QUE O ÁRBITRO DEVE TOMAR?

O PAPEL DO ÁRBITRO DE FUTEBOL.


O árbitro de futebol (regra 05) tem um papel muito importante, pois cabe a ele aplicar as regras, e de certa maneira, passa ter autoridade sobre tudo e todos que estão relacionados ao jogo. O problema é que muitos árbitros não conseguem arcar e nem entender este “poder” e acabam comprometendo muitos jogos perdendo-se dentro de própria autoridade. Isso conduz à falta de esportividade e, muitas vezes, até de educação.

O papel do árbitro é ingrato; ele corre mais do que os jogadores (regra 03), tempo todo. Este intruso que ofega sem descanso e tem como recompensa a sociedade futebolística exigindo sua cabeça. Do princípio ao fim de cada partida, ele é obrigado a seguir a bola (regra 02) que vai e vem entre os pés alheios. É evidente que adoraria brincar com ela, mas não lhe é permitido. Quando a bola, por acidente, bate em seu corpo, todo mundo lembra sua mãe. Pelo simples fato de estar ali, no solo sagrado (campo de jogo – regra 01) de grama ou de terra batida onde a bola gira e voa, ele aguenta insultos, vaias, pedradas, maldições e infelizmente agressões físicas.

Raramente toma uma decisão que coincide com a vontade de todos e nunca consegue provar sua inocência. Os derrotados perdem por causa dele e os vitoriosos ganham apesar dele. O árbitro é o álibi de todos os erros, explicação para todas as desgraças e a sociedade futebolística teria que inventá-lo se ele não existisse.

O árbitro trabalha juntamente com dois assistentes (regra 06) chamados, na linguagem futebolística, de bandeirinhas. Os bandeirinhas ajudam, mas não mandam, olham de fora. Eles ficam nas linhas laterais do campo (regra 01) para facilitar o trabalho do árbitro do jogo. Outra pessoa que o auxiliar e o quarto árbitro e na sua ausência, ele conta com o observador o chamado “mesário”, comum nos campeonatos da várzea, que ficara responsável pela parte administrativa da partida.

A Carta Magna do Futebol é simples, porém somente aquele que consegue enxergar através de seu espírito poderá ver o verdadeiro papel do árbitro. Como nós ele é simplesmente um ser humano.

Por Valter Ferreira Mariano

3 de out. de 2012

A MARGINALIZAÇÃO DO ÁRBITRO


A sociedade futebolística tem que se adaptar aos novos tempos da tecnologia, e vê os cidadãos do universo da arbitragem de futebol como seres humanos e pela sua natureza são passíveis ao erro.



Hoje se discute de forma leviana as atuações dos árbitros (regra 05) e dos árbitros assistentes (regra 06) os popularmente bandeirinhas, colocando em evidência erros cometidos ou decisões interpretadas de forma diferente. Erros registrados pelos olhos frios das câmeras de televisão. Erros sentenciado pelo “tira-teima”. Erro de centímetros, o pé do jogador, dando ou não a condição ao atacante em situação de fora de jogo (impedimento - regra 11). O árbitro assistente visto por esta parafernália eletrônica cometeu um erro capital, porém, se visto pelo olho humano, seria um erro?

Esta forma equivocada de observar uma partida de futebol, expondo a arbitragem como vilã, tirando toda a responsabilidade dos dirigentes, dos jogadores e treinadores, que na primeira divisão são contratados a peso de ouro com salários milionários, é algo injusto, é desumano!

Este conceito de responsabilizar a arbitragem pelo péssimo desempenho dos jogadores dentro do solo sagrado (campo de jogo – regra 01) vem progressivamente ganhando na mídia uma permuta cada vez maior do espaço, dando a entender que a arbitragem é realmente a causadora dos maus resultados.

A decorrência disso é a marginalização do árbitro e dos assistentes. Não duvidem que uma boa arbitragem seja tratada como mero caso à parte.

Por Valter Ferreira Mariano
Foto: álbun de foto do facebook: Celalettin Lutfi Bektas