A tendência na arbitragem,
nos dias de hoje, é sem duvida a busca pela valorização do fator humano. A esta
valorização esta focada na capacidade do árbitro (regra 05) a lidar e enfrentar
as adversidades dentro e fora do solo sagrado (campo de jogo – regra 01).
O árbitro de futebol é um
ser humano comum. E sendo humano a sua natureza é muito complexa. Ao entrarmos
nesta complexidade, constatamos a diferença entre árbitro top de linha e um
árbitro comum, um árbitro cheio de felicidade e um totalmente infeliz.
Ao observamos este contexto,
podemos dizer que os árbitros comuns têm algo em comum entre eles, ou seja, uma
falta de motivação, e isso geral uma queda na qualidade de suas arbitragens.
Perguntamos afinal o que motiva o árbitro de futebol?
Essa motivação é um processo
único, de cada indivíduo. Concepção da evolução humana. O impulso de sonhar e
desejar algo maior, uma posição de destaque perante os demais árbitros, status
junto à imprensa e ser o referencial para mais novos.
Podemos configurar uma
receita para o sucesso utilizando pequenos grãos de trigo, sempre dependendo, é
claro, do ângulo de visão de cada um.
Iniciamos então nossa
receita com a quantidade do grão da dedicação que o árbitro coloca em sua
carreira. Sendo essa quantidade pequena o resultado do seu desempenho será
pequena, pois o tempo dedicado às regras do jogo, sua preparação física e o
dialogo para trocar informações com seus companheiros serão insuficiente para
superar qualquer tipo de dificuldade que venha encontrar numa partida de
futebol.
Continuando com a receita
chegamos ao grão do esforço. Este grão é uma espécie de fermento, será ele que
fará a carreira do árbitro crescer. O emprego de suas forças para alcançar
todos os seus objetivos dentro da arbitragem parte sempre deste fermento, pois
não há vitória e muito menos árbitro top sem esforço.
Para finalizar nossa receita
temos o grão da qualidade das ações do árbitro dentro e fora do solo sagrado.
Esta qualidade não é nada mais que a cobertura da sua imagem. São ações
referentes ao seu cotidiano junto aos seus companheiros de profissão, ao
circulo de amizade e conhecidos, principalmente junto à instituição mais
valiosa que possui sua família.
A maioria das pessoas é
sonhadora. Elas são motivadas pela possibilidade de ver seus sonhos realizados.
Então seus sonhos é o combustível de suas vidas. O árbitro de futebol que não
sonha em ser um árbitro FIFA não passa de um simples árbitro, não tem motivação
para apitar uma partida de futebol como se ela fosse à final de uma Copa do
Mundo.
Por
Valter Ferreira Mariano
Baseado
em entrevista de Pierluigi Collina