Um forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre árbitro (regra 05), árbitros assistentes (regra 06) e o quarto árbitro em uma mesma partida (regra 07) é o trabalho em equipe, que pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa ou um determinado trabalho.
O trabalho em equipe busca a valorizar cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma ação, além de possibilitar a troca de conhecimento e experiência, pois motiva a equipe de arbitragem a buscar de forma coesa os objetivos traçados para a partida.
Na visão do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), profissional que deu início a Psicologia Transpessoal (área da psicologia que estuda a consciência nos seus diferentes níveis e a sua relação com os aspectos evolutivos do ser), o trabalho em equipe possibilita dar e receber, por parte de cada um de seus membros, afeição, aceitação e sentimento de importância. Para Maslow, “isto faz com que o indivíduo cresça, tornando o trabalho determinante, pois o objetivo a ser alcançado depende, exclusivamente, da satisfação psicológica do indivíduo bem como das relações humanas”.
A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos fatores de importância, como a definição de prioridades, o incentivo, divisão de responsabilidade, comunicação, cooperação, uma palavra amiga, otimismo e o estar aberto a ouvir e ser ouvido. Todas estes fatores, quando são acrescidas ao ser individual (si próprio), pode significar o sucesso da equipe de arbitragem no fim da partida.
Entretanto, como benefício, uma equipe coeso aflora muitas características que até então passavam despercebidas no individual, como a alegria de atuar, a participação e a visão do espírito do jogo.
Podemos usar como exemplo as palavras do ex-árbitro italiano Pierluigi Collina, que apitou a final de Copa do Mundo da FIFA – “trabalho de equipe é também um aspecto crucial da arbitragem, assim como os onze jogadores em uma equipe de futebol devem trabalhar juntos para atingir o objetivo comum de conseguir um resultado positivo, o árbitro, seus dois assistentes e o quarto árbitro podem fazer apresentações de excelente qualidade se eles se incentivarem se comunicarem apropriadamente. Porém aquele que achar que pode suportar sozinho a responsabilidade de uma partida e que tenha a prepotência que pode apitar sem a ajuda de seus assistentes é, na verdade, um árbitro muito pobre”.
Portanto podemos definir que o trabalho em equipe e de vital importância para uma boa arbitragem, pois significa compartilhar uma direção comum: o sucesso dentro do universo da arbitragem de futebol.
Por Valter Ferreira Mariano