O espírito do futebol não é tanto uma regra, mas sim uma atitude... Uma forma de jogar.
Baseia-se num espírito esportivo no quais os próprios jogadores (regra 03) são responsáveis pelo jogo limpo. Encoraja-se um jogo de alta competição, mas nunca indo contra o respeito mútuo entre eles. O espírito é um dos princípios fundamentais do futebol. Sem este, o jogo perde o seu encanto, seu coração. Tem que existir o espírito!
O futebol é um esporte dinâmico e vistoso, deve ser praticado por jogadores que respeitam a Carta Magna do Futebol (livro de regras) e sobre tudo, a autoridade do árbitro (regra 05) e dos árbitros assistentes (regra 06)
O jogo limpo (fair play) é o sangue do esporte, sem este, o futebol não é possível, porque, se o jogo não estiver pautado em um código de ética, vira o caos. E a sociedade futebolística vira uma sociedade primitiva. Então, o futebol só vai sobreviver juntamente com o espírito esportivo, não como algo bruto, mas com respeito que se estabelece nas relações entre jogadores (adversários ou não), árbitro e árbitros assistentes.
Para o pesquisador Antônio Roberto Santos, o fair play sofre uma forte influência da mídia, o comportamento antidesportivo de jogadores famosos é imitado por outros atletas, na maioria jovem e adolescente, que “se inspiram” em seus ídolos. Segundo ele a responsabilidade envolve não apenas atletas, árbitros ou dirigentes, mas também os torcedores e os meios de comunicação. A mídia esportiva, ao fazer suas chamadas para este ou aquele jogo, passa sempre uma mensagem acirrando ainda mais o confronto, dando a impressão que não se trata de um jogo de futebol mais sim de uma batalha, “Hoje vai ter guerra no Pacaembu, Corinthians e Palmeiras lutam pela sobrevivência.” Este tipo de chamada contamina os pensamentos dos torcedores, que não percebem quando o ato de torcer transcende a racionalidade, tornado-se atos de vandalismo. Conclui o pesquisador.
Os jogadores de futebol são leigos em relação à Carta Magna (Livro de Regras) não respeitam o árbitro e quando questionados sobre o assunto ficam sem respostas, mesmo assim quando uma infração é marcada contra sua equipe logo partem para cima do árbitro debatendo e gesticulando passando a impressão que são os verdadeiros conhecedores das regras, tais atitudes são como uma ejeção letal aplicada na veia do espírito esportivo, transformando o campo de jogo em um palco de debate.
Infelizmente os dirigentes e treinadores deixam claro que o mais importante não é o futebol em si e nem mesmo o seu espírito, e sim o resultado. A mente do jogador é trabalhada para vencer a qualquer custo e isso conflita com o espírito do jogo, passando uma mensagem negativa que o árbitro é o principal responsável pelo péssimo resultado da sua equipe.
Nota: Estamos em época de Copa América, que o espírito do jogo seja uma realidade entre os jogadores, dirigentes, treinadores e torcedores, e, que a mídia esportiva passe nas suas chamadas usando mensagens esportivas, dando ao futebol o seu devido respeito.
Por Valter Ferreira Mariano
Vídeo feito para a FIGC Piemonte Vale de Aosta juventude e escola (Itália), tem como objetivo sensibilizar os jovens jogadores e seus pais sobre os valores reais de futebol.