Na verdade todos aqueles que estão fora do universo da arbitragem de futebol não tem consciência do que falam sobre os árbitros, críticas sem fundamentos, destrutivas e malignas, pois estes não possuem o espírito do jogo e sim o espírito da paixão, e paixão não combina com a razão. Todavia este outro universo de pessoas não pode imaginar as dificuldades que um árbitro de futebol tem para desenvolver sua função. Estas dificuldades têm início ao comparamos o tanto que ele deve correr atrás da bola, porém não pode tocá-la, num espaço que varia de 90 a 120 metros de comprimento por 45 a 90 metros de largura, devendo estar sempre bem próximo do lance, sem interrupção em sua corrida, sem descanso, podendo ao final do jogo ter percorrido mais de 14 quilômetros.
Uma outra dificuldade que o árbitro encontra principalmente dentro do solo sagrado é a falta do conhecimento da Carta Magna do futebol por parte jogadores (regra 03) e treinadores, isso é uma pedra no caminho do bom andamento da partida, pois uma simples marcação de falta (regra 12) é motivo para divergência entre o árbitro e jogadores, e estes sempre querem ter razão ao ponto que quando entrevistados não medem palavras para falar mal da arbitragem.
O árbitro vive constantemente vigiado pelos olhos frios das câmeras de televisão. Sobre os olhares de desprezos dos torcedores. Dos olhares dos jogadores e treinadores que sempre o focam como inimigo. Da falta de tolerância e de compreensão quando um erro é cometido, erro este humano. Até mesmo quando do acerto passa não ser acerto, pois todos o julgam pelo coração e não pela razão, ou simplesmente no caso da imprensa para obter mais IBOPE.
O árbitro passa toda a sua carreira carregando a imagem de “ladrão”, inimigo da paixão do torcedor, não importa onde vai apitar, ao entrar em campo será logo ovacionado com este “título” e esta dificuldade ele deve tirar de letra, pois ele sabe que seu conhecimento da carta Magna o transforma em pessoa diferenciada, o transforma em árbitro de futebol.